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    "Lula nunca admitiu qualquer concorrência"

    Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de prefeituras petistas, diz que o atual presidente sempre montou "máquinas" com aliados, como o Clube do Mé

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    Duda Teixeira
    7 minutos de leitura 22.10.2025 15:30 comentários 2
    Paulo de Tarso Venceslau. Agência Senado
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    Paulo de Tarso Venceslau (foto), hoje com 82 anos, conheceu Lula nos primeiros anos do sindicalismo.

    Quando o PT venceu as primeiras eleições para prefeituras, Venceslau foi trabalhar em Campinas e em São José dos Campos como secretário de Finanças.

    Pouco depois, ele denunciou um esquema em que uma consultoria, a CPEM, do irmão do advogado Roberto Teixeira, fechava contratos sem licitação com as prefeituras.

    Lula, que morava na casa de Roberto Teixeira, não fez nada para acabar com o esquema.

    Nos anos seguintes, Roberto Teixeira negou ter participado de qualquer esquema de arrecadação de dinheiro junto a prefeituras administradas pelo PT: "Nunca coloquei os pés na prefeitura de São José dos Campos e jamais fui proprietário ou sócio da CPEM. Desafio qualquer pessoa a apresentar provas em contrário".

    Paulo Okamotto, do PT, disse que era "uma fantasia" que ele circulava pelas prefeituras.

    O PT montou uma comissão de ética, que acabou expulsando Venceslau.

    Crusoé conversou com Venceslau para falar sobre a personalidade do atual presidente e entender se há chances de ele tentar um quarto mandato.

     

    Qual era a cabeça de Lula nos anos de sindicalismo e de formação do PT?

    Eu convivi muito pouco com Lula no final dos anos 70, começo dos anos 80. Ele sempre foi uma figura contraditória.

    Quando eu o conheci, ele ainda estava se formando como líder. Eu tinha uma atividade muito grande na periferia de São Paulo. Trabalhava com educação popular, em várias regiões. Naquela época, ainda não existia o PT.

    Em um comício na Vila Alpina, que depois ficou famoso, ele praticamente ordenou que os trabalhadores ali presentes agredissem o pessoal ligado à Libelu [Liberdade e Lula], um grupo trotskista. Foi um horror, que o Lula fingiu que não viu.

    Achei isso incompatível com o Lula, porque ele não era um reacionário. Mas ele teve esse comportamento questionável, fingindo que não via as agressões.

    Foi uma postura ideológica dele, de não admitir que se fizesse política no meio da classe operária.

    Mas o que ele de fato procurava era impedir que houvesse concorrência ao seu grupo. Lula sempre foi assim.

    Como ele organizava a política local?

    O Lula sempre teve o grupinho dele, que era conhecido como o Clube do Mé [referência à pinga]. Era lá, entre esses líderes sindicais mais velhos, que se tomavam as decisões, como a de criar o PT.

    Tudo sempre era regado a uma boa cachaça. Uma das pessoas que mais tinha a confiança do Lula era o Paulo Okamotto [ex-diretor do Instituto Lula e presidente da Fundação Perseu Abramo].

    As decisões eram tomadas no Clube do Mé, com o Okamotto, e depois eram implementadas. Funcionava como uma máquina. Aliás, o Lula sempre criou essas máquinas, escolhendo pessoas para trabalhar em seu benefício.

    Entendo que o PT, hoje, funciona como uma grande máquina do Lula.

    Como essa máquina funcionava?

    Em 1980, o papa João Paulo II veio a São Paulo. O pontífice chegou e abraçou o Raphael Martinelli, candidato ligado à oposição do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, capital.

    Isso aconteceu no estádio do Morumbi com umas 80 mil pessoas. O sindicato da capital era muito maior que o de São Bernardo do Campo.

    Um nome forte para dirigir o sindicato da capital não interessava ao Lula, que não moveu uma palha para ajudar o Martinelli naquela eleição.

    Muitos trabalhadores de São Paulo passaram a chamá-lo de traidor depois desse episódio.

    Por que o Lula não moveu uma palha?

    Porque o Lula nunca admitiu qualquer concorrência. Ele não queria que o sindicato de São Paulo ficasse mais fortalecido, porque eles competiam com o sindicato do ABC.

    Lula sempre agiu contra tudo o que pudesse ameaçar o seu comando sindical.

    No final dos anos 1980, o PT venceu em algumas prefeituras no interior de São Paulo, como Campinas e São Bernardo do Campo. Como foi essa experiência?

    Em Campinas, quem venceu foi o Jacó Bittar, um sindicalista da Petrobras. Eu fui trabalhar como secretário de finanças na prefeitura da cidade.

    Quando começaram a ter problemas, o Jacó me levou para conversar com o Lula. Já naquela época, todo mundo ia beijar a mão do Lula. Ele já era o "capo" no partido.

    Que problemas?

    Em Campinas, apareceu um cidadão que eu não conhecia na época, chamado Roberto Teixeira.

    A empresa do irmão dele queria fazer um contrato sem licitação com a prefeitura. Eles ofereciam um serviço de consultoria, em que técnicos terceirizados apurariam a arrecadação do ICMS pelas empresas da cidade.

    Caso encontrassem “falhas”, eles “ajudariam” a prefeitura a cobrar a diferença e ficariam com uma parte do resultado.

    Mas os técnicos da própria prefeitura afirmavam que o serviço não fazia sentido. Foi a mesma opinião de uma equipe voluntária de professores da Unicamp que me assessorava. Não valia a pena.

    O contrato sem licitação foi feito?

    No final, eu saí da prefeitura, e o negócio da consultoria não foi para a frente.

    Posteriormente, eu me tornei secretário de finanças de São José dos Campos, uma cidade grande também.

    Foi quando eu descobri como é que funcionava o esquema.

    Lá, Roberto Teixeira e seu irmão Dirceu queriam vender o mesmo serviço que tinha sido oferecido para Campinas. Eu recolhi toda a documentação e fui conversar com o Lula.

    E o que o Lula falou para você?

    O Lula estava morando na casa do Roberto Teixeira, onde viveu uns dez anos. E ele nunca toma posição.

    Então, ele chamou o Paulo Okamotto, que sempre fez o trabalho informal e recomendou que eu falasse com o Roberto Teixeira. Fiquei indignado.

    Na sequência, meu carro da prefeitura foi cercado na rodovia dos Trabalhadores, hoje Ayrton Senna.

    Anos depois, dei uma entrevista longa sobre isso ao Jornal da Tarde e a um jornal de Campinas.

    Também levei os documentos para Brasília e fui convocado para falar em uma CPI.

    Não aconteceu absolutamente nada. Aí eu decidi me afastar da política militante.

    O sr. acha que Lula mantém esses mesmos traços?

    Claro. Como ele está no terceiro mandato de Presidência, provavelmente montou uma máquina mais sofisticada.

    Não dá para subestimar a inteligência do Lula.

    Lula vai completar 80 anos no próximo dia 27. O sr. acha que ele vai tentar mais um mandato?

    Se o Lula entender que o cenário é favorável, segundo as pesquisas, ele vai ser candidato à reeleição.

    Mas, hoje, ele está preocupado com a sua biografia. Se ele avaliar que tem chance de perder, ele não vai arriscar.

    Não quer sair do governo com uma derrota. Hoje, entendo que a situação está favorável para ele.

    O sr. falou que o Lula tem o costume de montar essas máquinas. Ele agora está montando uma máquina no STF?

    Eu não saberia dizer. Mas é um fato que ele e a Dilma Rousseff já escolheram a maioria dos ministros.

    Neste mandato, ele já escolheu Cristiano Zanin e Flávio Dino. E vale lembrar que o Zanin é casado com a filha do Roberto Teixeira.

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    Comentários (2)

    Mara

    2025-10-22 17:29:00

    Poderiam abrir essa entrevista a não assinantes? As gerações mais novas não conhecem essas histórias.


    Eliane ☆

    2025-10-22 15:55:01

    Que horror! Não podemos deixar esse "crápula " se reeleger. Que se aposente, desapegue do poder. Vai reabrir seu "clube do mé".


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    Comentários (2)

    Mara

    2025-10-22 17:29:00

    Poderiam abrir essa entrevista a não assinantes? As gerações mais novas não conhecem essas histórias.


    Eliane ☆

    2025-10-22 15:55:01

    Que horror! Não podemos deixar esse "crápula " se reeleger. Que se aposente, desapegue do poder. Vai reabrir seu "clube do mé".



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