Diplomacia de bar não funciona na Ucrânia
Kiev repudiou sugestão que envolvia ceder à Rússia a Península da Crimeia, ocupada desde 2014; presidente brasileiro falou que o seu homólogo ucraniano "não poderia querer tudo"
Durante a pré-campanha, no início de 2022, Lula (foto) disse que, se a guerra na Ucrânia ocorresse no Brasil, ela "seria resolvida numa mesa tomando cerveja". O comentário era uma brincadeira, claro. Mas, nesta sexta (7), Kiev rejeitou uma sugestão do agora presidente Lula quase tão jocosa quanto a do pré-candidato.
Ontem, quinta (6), Lula sugeriu à Ucrânia renunciar à soberania da península da Crimeia, ocupada pelos russos desde 2014.
“Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia, mas o que ele invadiu [em 2022] vai ter que repensar. O Zelensky não pode querer também tudo o que ele pensa que vai querer. Tudo isso é assunto que tem que ser colocado na mesa”, disse o presidente brasileiro.
Com essa frase, Lula considerou que o território ucraniano ocupado em 2014, a península da Crimeia, deveria ser tratado de uma maneira diferente do que foi invadido em 2022.
Em resposta nas redes sociais nesta sexta, o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, disse que “não há razão legal, política ou moral que justifique o abandono de nem sequer um centímetro do território ucraniano”.
“Qualquer esforço de mediação para restaurar a paz na Ucrânia deve ser baseado no respeito pela soberania e plena integridade territorial da Ucrânia, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas”, acrescentou.
Diplomata de carreira, Nikolenko agradeceu “os esforços do presidente brasileiro para encontrar uma forma de deter a agressão russa”.
Lula não deve mais abordar a guerra da Ucrânia como o pré-candidato.
Se for para insistir na equiparação da culpa entre Kiev e Moscou — um equívoco recorrente de Lula —, é melhor elaborar planos concretos para estimular negociações, para além de falas sobre grupo de Estados neutros.
A diplomacia de bar não funciona na Ucrânia.
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Comentários (6)
Alberto de Araújo
2023-04-08 17:20:50Lula se julga mais do que é. Só neste país, poderia alcançar o poder maior de um governo. Para os líderes de países no exterior é uma figura excêntrica.
EUD
2023-04-08 10:36:33Lula, Você É Um Analfabeto, Tentando Discutir Com Letrados. Menos, Menos, Menos!!!!!!
Xico Só
2023-04-08 08:33:42Mas pode funcionar muito bem na Rússia já que o Putin é chegado a uma canjibrina como o "neuf doigts" e quem sabe se entendem afinal mesa de cachaça pode muito.
Homero
2023-04-08 01:33:18Bolsopetismo é isso aí, vergonha total... primeiro Bozó, o capachão de Putin. Agora o Molusco e seu "homúnculo" Amorim, anão até na estatura física, destruindo-nos como nação minimamente respeitável.
Juerg
2023-04-07 21:38:39Lula e seus comparsas do governo representam uma mistura entre estupidez, ignorância, prepotência, megalomania, insensatez, autoritarismo! Me lembro muito bem de outro episódio “diplomático” brasileiro: O “acordo nuclear” que Lula e seu chanceler Cínico Amorim na época promoveram com aquele ridículo ex-presidente iraniano Ahmadinejad que virou chacota no mundo inteiro!!!!
Clovis
2023-04-07 17:52:24Coitado do Lula, não sabe onde está se metendo e, parece, não tem assessores. Repetindo o fiasco de querer mediar a crise entre USA e Iran na questão das armas nucleares. O homem da diplomacia, hoje retornado aos holofotes, Amorim (piccola testa), vai ajudar a repetir a tragédia. Na época, os USA simplesmente ignoraram qualquer palavra brasileira de mediação. É muita arrogância do lula, achar que tem importância no cenário mundial. Tá certa a Crusoé, é igual a conversa de botequim, nada vale.