Líder do governo apela a 'manobra Janja' para justificar IOF
"É preciso explicar: o aumento de IOF não tem nada a ver com pessoa física, é só para pessoas jurídicas", diz Jaques Wagner

Líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) apelou para a manobra Janja para justificar o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cujo decreto o Congresso Nacional ameaça derrubar.
"É preciso explicar: o aumento de IOF não tem nada a ver com pessoa física, é só para pessoas jurídicas", disse o senador em entrevista à rádio Salvador FM, reverberando a clássica desculpa da primeira-dama para justificar a volta da famigerada taxa das blusinhas.
"A taxação é para as empresas e não para o consumidor", escreveu Janja em seu perfil no X, em 2024, para defender a queda da isenção para compras do exterior de até 50 dólares.
Curiosamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro apelou para o mesmo raciocínio mais recentemente, para defender o tarifaço de Donald Trump, ao dizer que o presidente do Estados Unidos estava "taxando os outros, não o próprio povo".
Nos três casos, independente de a quem se aplique a taxa, como todo mundo sabe, é o consumidor final que vai pagar a conta.
"Cumprir sua meta fiscal"
Wagner disse ainda que "é preciso regulamentar [o IOF] e isso ajuda o governo a cumprir sua meta fiscal".
"O setor financeiro é o que mais ganha no mundo inteiro. Na minha opinião, é melhor taxar bancos e super milionários do que taxar as pessoas", disse o senador, dando continuidade à mesma ideia falaciosa, já que os bancos tendem a repassar os custos dos impostos para seus clientes.
"Está em trâmite o projeto que isenta IR para quem ganha até R$ 5 mil, mas a compensação é necessária. Isso se chama justiça tributária. Quem ganha mais, precisa pagar mais", seguiu Wagner, finalizando trecho destacado de sua entrevista em seu perfil no X.
O que o líder do governo Lula não falou é que o que ajudaria mesmo o governo a cumprir sua meta fiscal é controlar os próprio gastos e abandonar promessas populistas, como a isenção da conta de energia para 60 milhões de pessoas, que Lula segue prometendo mesmo após o anúncio de contigenciamento e bloqueio de 31 bilhões de reais.
Vão derrubar
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB, foto), já avisou ao governo Lula que “o clima é para derrubada do decreto do IOF na Câmara”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta semana com Motta e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, para tentar convencê-los a não derrubar o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas o esforço foi em vão.
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Comentários (3)
Ademir Fenicio
2025-05-31 15:03:41tá certo o camarada, não sei porque reclamam, quem paga as contas é o governo, não é as pessoa, intendi, seus ingnoranteses..
Denise Pereira da Silva
2025-05-31 13:55:45E também por isso que os políticos governistas querem censurar as redes sociais. Para que “idiotices” por ele proferidas com o intuito de ludibriar os brasileiros que não têm tempo de se informarem corretamente sobre seus atos políticos não possam ser desmentidas. Se o aumento do IOF impacta diretamente sobre pessoas jurídicas, obviamente pessoas físicas serão impactadas indiretamente pelo consequente aumento de preço dos produtos, causado pelo aumento do imposto. Cara-de-pau é pouco para definir a atuação desses políticos. Sem mencionar o mau-caratismo e a hipocrisia latentes. Bando de aproveitadores vis, que não pensam politicamente no bem do país.
MARCOS
2025-05-30 19:07:10SE O SENADOR DO ROLEX TEM A FALA CORRETA, EU, COMO PESSOA FÍSICA, VOU PODER FAZER INVESTIMENTOS NO EXTERIOR. VOU ADQUIRIR UM CARTÃO DA NOMAD OU DA WISE E TROCAR MEUS POBRES REAIS POR RICOS DOLARES E EUROS SEM PAGAR 3,5 % DE IOF. SÓ OS 1,1 % DE ANTES. PUXA, QUE LEGAL. OBRIGADO SENADOR DO ROLEX.