Lava Jato investiga gastos de R$ 260 mi da Fecomércio com publicidade
Além dos pagamentos de mais de 150 milhões de reais a escritórios de advocacia, que levaram a Lava Jato do Rio a deflagrar a Operação E$quema S no início do mês, os procuradores investigam os gastos de 260 milhões de reais da Fecomércio-RJ com publicidade, utilizando dinheiro do Sesc e do Senac. Em seu acordo...
Além dos pagamentos de mais de 150 milhões de reais a escritórios de advocacia, que levaram a Lava Jato do Rio a deflagrar a Operação E$quema S no início do mês, os procuradores investigam os gastos de 260 milhões de reais da Fecomércio-RJ com publicidade, utilizando dinheiro do Sesc e do Senac.
Em seu acordo de delação premiada, o ex-presidente da entidade Orlando Diniz afirmou que foram feitos três contratos sem licitação com a empresa PI Publicidade e Marketing, entre 2015 e 2017, para fazer propaganda em veículos de mídia e patrocinar eventos.
Segundo a Lava Jato, parte desses recursos foi desviada para o próprio Orlando Diniz e para o empresário Marcelo Cazzo, dono da empresa contratada, por meio de atividade de lavagem de dinheiro e formação de um "caixa paralelo" para a manutenção do grupo no comando da Fecomércio do Rio.
"Por meio de contratos firmados com o Sesc/Senac sem licitação, Marcelo Cazzo beneficiou-se da gestão de mais de R$ 260.000.000,00, desviou dinheiro e auxiliou Orlando Diniz a manter-se no cargo de presidente das entidades e, desse modo, também assegurar as desejadas e milionárias contratações", afirmam os procuradores.
As suspeitas sobre os gastos milionários da Fecomércio com publicidade constam da denúncia feita pela Lava Jato na sexta-feira, 25, contra Orlando Diniz e Marcelo Cazzo, por desvio e lavagem de dinheiro, junto com o advogado Frederick Wassef, ex-defensor do clã Bolsonaro, que é acusado de receber 2,6 milhões de reais em recursos desviados da entidade. Os pagamentos da Fecomércio a Wassef foram revelados em agosto por Crusoé.
Em depoimento, Orlando Diniz afirmou que, em um determinado momento, Cazzo mencionou que tinha 7,5 milhões de reais no tal "caixa paralelo" e que ele solicitou o valor de 400 mil reais. Ainda segundo o delator, o empresário e operador da Fecomércio mantinha anotações sobre os recursos desviados em um "caderno moleskine" que ficava guardado em um "locker" de um clube de São Paulo. Segundo os procuradores, Cazzo é sócio do clube Sírio.
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Comentários (3)
Pedrês
2020-09-26 12:55:38Ué, o advogado do Lula não estava nessa também?
Lala
2020-09-26 11:54:24Criado há mais de 60 anos, a gente vê que o Sistema S se perdeu pelo caminho: dinheiro a rodo, recolhido da folha de pagamento dos trabalhadores e das empresas, usado de forma nebulosa; imenso cabide de emprego de políticos; cúpulas comprometidas com o poder da hora; cobrança de taxas de cursos e serviços idênticas às da iniciativa privada. E por aí vai. Acabou. Se o governo não partir pra cima vai continuar essa bandalheira.
Pierre
2020-09-26 11:20:08Quer dizer que se a revista Crusoé entrevistar o Marcola e outra revista publicar na capa: "Marcola chefe do narcotráfico recebe repórter da Crusoé em visita suspeita. Manipular com palavras a chamada da matéria é sensacional leva o público a delírios de imaginação.