Latitude#59: arte em Cuba fica entre resistência e panfletos comunistas
A historiadora de arte cubana Carolina Barrero contou para o podcast Latitude como está atualmente a cena artística na ilha comunista. "Cuba sempre foi um país com um nível artístico muito importante, um dos mais importantes da América Latina. Neste momento, todas as expressões artísticas em Cuba estão sendo atingidas pela enorme crise que vivemos:...
A historiadora de arte cubana Carolina Barrero contou para o podcast Latitude como está atualmente a cena artística na ilha comunista.
"Cuba sempre foi um país com um nível artístico muito importante, um dos mais importantes da América Latina. Neste momento, todas as expressões artísticas em Cuba estão sendo atingidas pela enorme crise que vivemos: a dança, o teatro, o cinema, a literatura. A censura está sendo brutal. Os criadores não podem se expressar de forma alguma. Eles só podem fazer panfletos comunistas. Quer sejam artes visuais ou qualquer outra coisa", disse Carolina.
Mas, apesar da mão dura do governo que está disposto a prender qualquer um para evitar uma nova onda de protestos, como a que ocorreu em 11 de julho de 2021, Carolina acredita que os artistas seguem resistindo como podem. "Mesmo assim, eles mantêm uma vitalidade e uma força impressionantes", diz a dissidente.
Segundo ela, muitos artistas deixaram a ilha e vários foram presos. Um deles é Luis Manuel Otero Alcântara, fundador do movimento San Isidro, que foi condenado a cinco anos de prisão. Em um tribunal fechado, Otero foi acusado de "ofender a bandeira nacional" e por "expressões notoriamente ofensivas e desrespeitosas".
Outro artista preso é o músico Maykel Castillo, que pegou nove anos de cadeia. Ele foi acusado de desacato, desordem pública, "difamação das instituições, dos heróis e dos mártires".
"Muitos rappers estão nessa mesma condição. O movimento rap cubano foi uma parte muito importante do recente movimento de protesto. Os rappers e músicos que escrevem rap têm estado entre os mais afetados neste sentido", diz Carolina.
"A produção artística em Cuba, visual e de outros tipos, está sendo assediada pela ditadura, mas se mantém vibrante, latente. Mantém sua pulsação. E continuará sendo uma parte indispensável da nação cubana e do destino desta nação que ainda será escrito", conclui ela.
Na conversa com os jornalistas Duda Teixeira e Caio Mattos, Carolina também falou sobre o envio de soldados cubanos para lutar na guerra da Ucrânia e sobre a situação dos profissionais enviados em missões médicas, como o programa Mais Médicos implantado no governo de Dilma Rousseff.
O Latitude é um podcast semanal sobre os principais fatos da política internacional e da diplomacia brasileira que vai ao ar todos os sábados, às 18h.
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Comentários (1)
100413CAIO02
2024-01-07 17:53:25Infelizmente, temos um presidente que venera os governantes cubanos, para ele, como de um geral, todos os esquerdistas, lá é um paraíso.