Justiça recebe denúncia contra fazendeiros acusados de trabalho escravo
O juiz Hallisson Costa Glória, da 1ª Vara da Justiça Federal em Redenção (PA), aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra João Luiz Quagliato Neto e Antônio Jorge Vieira. Conforme o órgão ministerial, os dois aliciaram 85 pessoas, as submeteram a serviço em condições análogas à escravidão e frustram direitos trabalhistas. O caso ocorreu na...
O juiz Hallisson Costa Glória, da 1ª Vara da Justiça Federal em Redenção (PA), aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra João Luiz Quagliato Neto e Antônio Jorge Vieira. Conforme o órgão ministerial, os dois aliciaram 85 pessoas, as submeteram a serviço em condições análogas à escravidão e frustram direitos trabalhistas. O caso ocorreu na Fazenda Brasil Verde, localizada no município de Sapucaia (PA). O latifúndio pertence ao Grupo Irmãos Quagliato, um dos maiores criadores de gado do país.
Segundo a denúncia, os trabalhadores rurais foram atraídos pela promessa de pagamentos diários de 10 a 12 reais. Entretanto, nunca receberam remuneração pelas atividades, eram submetidos à constante vigilância armada e tiveram as carteiras de trabalhos retidas. Todos viviam com alimentação e alojamentos precários.
A equipe de fiscalização chegou ao local e libertou, em 15 de março de 2000, os 85 trabalhadores após dois deles conseguirem fugir depois de espancados por ficarem doentes e não poderem trabalhar.
A denúncia conta com relatos de testemunhas e uma relatório de fiscalização do então Ministério do Trabalho e Emprego. Conforme o magistrado, a peça “expõe fato típico, com todas as suas circunstâncias, além de haver prova da materialidade delitiva e indícios suficientes acerca da autoria nos documentos”.
Apresentada em setembro, a acusação resulta de um trabalho iniciado pelo MPF em cumprimento à sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) que, em 2016, condenou o Brasil por permitir a impunidade dos acusados pelos crimes na fazenda Brasil Verde. A Corte declarou “a responsabilidade do Estado brasileiro por violar o direito à não submissão à escravidão e ao tráfico de pessoas”.
Uma das obrigações previstas na sentença era restabelecer o processo judicial do caso, que havia desaparecido ao ser enviado para a vara estadual da comarca de Xinguara. Ao longo de dois anos, a partir de 2017, o MPF conseguiu localizar 72 vítimas distribuídas em 11 estados da Federação e ouviu ainda os acusados e testemunhas dos crimes.
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Comentários (8)
Sueli
2020-01-30 13:12:49Ainda temos as excrescência do nosso sTF, DT, RL,GM, RW, MA e o CM fazendo coro contra a prisão em 2a instância. Com essa lerdeza da justiça não é necessário gastar tanto dinheiro público em sessões com cartas marcadas. Claro, todas em favor dos comparsas. Só Deus por este nosso Brasil!
Marcelo
2020-01-30 06:54:35Denunciados 20 anos depois! Kkkkkkkkkkkkk O crime compensa!
Wanderlei
2020-01-30 06:47:51Para esse tipo de crime devia haver além da punição pecuniária devia ter cadeia para esses miseráveis que exploram outros seres humanos sem qualquer respeito.
Zenobio
2020-01-29 21:14:01pessoal, isso aconteceu no ano 2.000. infelizmente a publicação deixa, de forma tendenciosa, que foi hoje
André
2020-01-29 20:15:11Os fazendeiros devem ser amigos de Toffoli e Gilmar Mendes...
JAIR
2020-01-29 20:08:32Cadeia no Brasil e só para o pobre , as leis são muito desleal ainda com o povo e essa gente não tem alma e nem sentimento por ninguém os responsáveis por essa covardia não sabe oque e AMOR ao próximo e n respeito são uns monstro .
Jose
2020-01-29 20:04:06O dono da fazenda é certamente um bozista!
Jose
2020-01-29 19:37:07se confirmado.... pois nestes casos há muita armação e safadeza... cadeia brava neles