Agência Brasil

Justiça manda prender suspeitos de lavar dinheiro de esquema em presídios do Rio

05.07.19 17:53

Num desdobramento da operação Pão Nosso, iniciada em março de 2018, a Justiça Federal no Rio de Janeiro determinou a prisão de seis pessoas acusadas de participar de uma ramificação do esquema de corrupção comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral Filho (foto), que envolveu contratos da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.

As prisões preventivas foram ordenadas contra Felipe Paiva, que está foragido, e cinco amigos e parentes: Wedson Gedeão, que atuou como laranja, a ex-mulher de Paiva, Cynthia Benarrós, a atual companheira, Adriana Verbicário, e o filho,  Eduardo Benarrós. Também foi expedido um mandado de prisão temporária  contra o irmão de Paiva, Carlos Fernando.

Adriana Verbicário foi presa na tarde de quarta-feira, 3, no aeroporto do Galeão, ao tentar entrar no país. A Polícia Federal ainda tenta cumprir os outros mandados de prisão. Paiva e Wedson já foram denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro anteriormente na Pão Nosso. Agora, são acusados de novas operações de lavagem de dinheiro.

Segundo o Ministério Público Federal, parentes e pessoas próximas de Paiva fizeram planos de previdência privada e depois realizaram a portabilidade do investimento para outra companhia seguradora, como forma de disfarçar a origem ilícita dos 20 milhões de reais aplicados. Em seguida, o dinheiro foi enviado para o exterior.

A Pão Nosso já resultou em denúncias contra 26 pessoas, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral, por corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foi a 23ª acusação feita contra o ex-governador na Lava Jato. A operação mostrou que contratos fraudados da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio deram um prejuízo de pelo menos 23,4 milhões de reais ao órgão.

Na denúncia, Cabral responde por corrupção passiva por ter aceitado promessa e recebido pelo menos 1 milhão de reais no esquema de contratos irregulares. Paiva era beneficiário por meio da Induspan, que fornecia refeições para os presídios e era responsável pelo projeto Pão-Escola, de ressocialização dos presos, e, mais tarde, da Iniciativa Primus, uma organização da sociedade civil de interesse público.

Com a Iniciativa Primus, Paiva lavou pelo menos  73,5 milhões de reais, segundo o Ministério Público Federal, por uma rede de empresas com que fez contratos fictícios de prestação de serviços. Ele teria contado com a ajuda do doleiro Sérgio Roberto Pinto da Silva, preso na Operação Farol da Colina, da força-tarefa CC5 do Banestado.

A organização foi criada depois que o contrato da Induspan foi rescindido, quando foi constatado que a empresa fornecia alimentos com valores acima do mercado para o sistema penitenciário, embora todos os insumos para a produção dos pães fossem fornecidos pelo estado, e a mão-de-obra fosse dos presos, que não recebiam salário.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Sergio Cabral justifica a existência de prisão perpétua. Ele foi até agora o maior verme na gestão do estado do Rio de Janeiro.

  2. O Brasil está podre, em todo o seu território. As falcatruas disseminadas, continuam sendo descobertas, por todo o Brasil. Mas continuam a ser praticadas, apesar da LAVAJATO. Vejam este projeto do autódromo do Rio de Janeiro... tudo suspeito, investigado, constatado todo o jeito e cheiro de falcatruas, e as otoridades dizendo que está tudo certo conforme o edital. Sem falar na incongruência de se pensar neste projeto de mais de 700 milhões, num estado Falido, necessitando tudo, em todas as ar

  3. Não tem uma forma do Cabral falar direto à nação? A Globo que gosta de exclusividade - e já é um lixo - poderia "comprar" . Ela consegue...ah hj consegue.

Mais notícias
Assine agora
TOPO