Jogo duplo do governo fez Alcolumbre retirar MP Verde Amarela
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (foto), decidiu retirar a medida provisória que cria o chamado Contrato Verde e Amarelo da pauta de votações do plenário desta sexta-feira, 17, após detectar "jogo duplo" da liderança do governo no Congresso Nacional envolvendo a proposta e a chamada PEC do "orçamento de guerra". Segundo ao menos três...
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (foto), decidiu retirar a medida provisória que cria o chamado Contrato Verde e Amarelo da pauta de votações do plenário desta sexta-feira, 17, após detectar "jogo duplo" da liderança do governo no Congresso Nacional envolvendo a proposta e a chamada PEC do "orçamento de guerra".
Segundo ao menos três fontes ouvidas por Crusoé, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes, fechou na quinta-feira, 16, um acordo com a bancada do PT no Senado pelo qual os petistas se comprometiam a votar a favor da PEC em troca da relatoria da MP. Avisado do acerto, Alcolumbre designou como relator o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe.
Acontece que, ao mesmo tempo, as lideranças do governo no Congresso e no Senado fecharam outro acordo com senadores de centro-direita para derrubarem o futuro parecer de Carvalho à MP e aprovarem o texto original da proposta. O combinado era votar a PEC primeiro, para garantir os votos dos petistas, e só depois a medida provisória.
Ao ser informado dos acordos, o presidente do Senado ficou bastante irritado e decidiu retirar a MP da pauta nesta sexta-feira. Segundo auxiliares, integrantes da equipe econômica e o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, passaram o dia ligando para Alcolumbre para tentar convencê-lo a pautar a medida provisória na segunda. O senador não deu garantias.
Procurado por Crusoé, o líder do governo no Congresso não comentou os acordos. Disse apenas que o "clima está mudando totalmente para termos a votação, seja qual for o resultado", tanto da MP quanto da PEC, que institui um regime extraordinário fiscal e de contratações para impedir que as despesas relacionadas ao combate à Covid-19 sejam misturadas ao Orçamento da União.
A MP, por sua vez, reduz encargos trabalhistas para empresas com objetivo de estimular geração de empregos de jovens de 18 a 29 anos e de pessoas com mais de 55 anos de idade. Aprovada pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira, 15, a medida perderá validade se não for votada pelos senadores até a próxima segunda-feira, 25.
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