Já dá para cancelar a COP30?
Uma vez que queimar combustíveis fósseis é nossa sina e nossa salvação, melhor suspender os voos de ambientalistas e endinheirados do mundo todo

A autorização para a Petrobras explorar petróleo na Margem Equatorial do rio Amazonas, dada nesta segunda, 20, escancarou a hipocrisia da Conferência das Partes para o Clima, a COP30, que terá início no próximo dia 10, em Belém.
O governo Lula (foto) entende que o país não pode desdenhar de uma reserva que pode mais que dobrar o que o Brasil já tem disponível.
Os royalties podem ajudar estados pobres do país a pagarem suas contas e fazerem investimentos.
Além disso, queimar combustíveis fósseis é a nossa sina e a nossa salvação.
Não há problema algum nessas coisas.
O problema é o governo Lula querer se projetar no mundo como o líder da transição energética e querer fazer média com ambientalistas do mundo todo.
Antes que endinheirados do mundo inteiro voem em seus jatinhos privados para Belém, jogando gases de efeito estufa na atmosfera e contribuindo para o aquecimento global, melhor seria cancelar o evento.
Tampouco o contribuinte brasileiro é obrigado a arcar com os gastos para a COP30, que têm servido basicamente para fazer propaganda do presidente petista, em busca de reeleição.
Um levantamento da Charisma, uma plataforma de gestão de narrativas, mostrou que a palavra mais citada quando se menciona a COP30 nas redes sociais é "Lula".
Isso ocorreu em grande parte graças ao trabalho da estatal Empresa Brasileira de Comunicação, a EBC, que inundou as redes com 6.080 notícias sobre o evento. O segundo veículo que mais publicou notícias sobre a COP30 foi O Globo, com 2.520.
Puro teatro
A melhor definição para as COPs está no livro Guia Politicamente Incorreto do Meio Ambiente, que o jornalista Leandro Narloch acaba de lançar, pela Avis Rara.
Segundo o autor, trata-se de "puro teatro".
"O evento cresceu tanto que fica difícil organizá-lo. Reclamações do preço astronômico de hotéis são comuns nas COPs, e os países-sede acabam gastando fortunas com a organização. Só o Brasil reservou 1 bilhão de reais dos pagadores de impostos para a COP30. Considerando 50 mil participantes, são cerca de 20 mil reais por pessoa", escreve Narloch.
"Mas vem cá: se estamos mesmo diante de uma catástrofe climática iminente, faz sentido tanta gente cruzar o mundo para participar desses eventos? Será que uma reunião rotineira de presidentes, anunciando acordos negociados em conferência por Zoom e café coado, não seria mais coerente com o discurso que esses milhares de ambientalistas, burocratas e políticos repetem? Difícil imaginar um jeito pior de mostrar que estamos numa corrida contra o tempo para conter um colapso climático", afirma.
"A verdade é que esse festival de viagens desnecessárias revela algo embaraçoso: os próprios participantes não parecem acreditar na emergência climática sobre a qual tagarelam. Estão confortáveis e seguros o suficiente com o clima atual para desperdiçar emissões de carbono com voos e reuniões que poderiam muito bem se resumir a conversas online", escreve Narloch.
O livro todo é imperdível. Fica a dica.
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Comentários (2)
Antonio Caio Alcântara Botellho
2025-10-21 11:48:21Gastam fortunas. E no fim emitem um documento fajuto, porque não houve concordância em nada.
Marcia Elizabeth Brunetti
2025-10-21 11:21:29Concordo plenamente. Já faz tempo que COPs servem mais de palanque do que resolver problemas com meio ambiente. E, pior, devíamos estar agindo há muito tempo, e até agora é só papo. Não é só Lulis, é o Mundo todo. Poucos estão levando à sério. Mas, se isso faz parte da cultura evolucionista do ser humano, então talvez tenhamos que ser extintos mesmo.