Jefferson Rudy/Agência Senado

Itamaraty alertou para ‘riscos políticos e sociais’ de não aderir a consórcio de vacinas

20.06.21 11:03

Uma das principais omissões de Jair Bolsonaro durante a condução da pandemia, a negligência em relação à compra de vacinas, já tinha sido objeto de alerta do Ministério das Relações Exteriores em uma reunião ocorrida em agosto do ano passado no Palácio do Planalto.

Na tarde do dia 12 daquele mês, a Casa Civil reuniu representantes do Itamaraty, da Presidência da República, da CGU e dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia para tratar da adesão do Brasil ao Covax Facility, consórcio global de vacinas liderado pela OMS e lançado em junho de 2020. A proposta sofria resistência do Ministério da Saúde, então comandado por Eduardo Pazuello, que preferia a negociação bilateral com transferência de tecnologia para fabricação nacional, modelo adotado com a vacina da AstraZeneca, hoje produzida pela Fiocruz.

Documentos internos da Presidência obtidos por Crusoé atestam que, na oportunidade, o Itamaraty “destacou os riscos políticos e sociais de uma possível não adesão à Covax”. Segundo pessoas que compareceram ao encontro, o alerta foi feito por Maria Nazareth Farani Azevêdo, então embaixadora do Brasil junto à OMS, em Genebra. Na reunião, o coronel Élcio Franco, secretário-executivo de Pazuello, era quem chefiava a comitiva do Ministério da Saúde. 

Após essa primeira reunião, a Casa Civil organizou outros seis encontros para definir a estratégia de adesão do Brasil ao consórcio global de vacinas. Autora do alerta, a embaixadora Maria Nazareth não figura na lista de presença das demais audiências.

Nos encontros seguintes, o Ministério da Saúde continuou a impor obstáculos à proposta do Covax Facility. No dia 18 de setembro, data limite para que os países confirmassem suas participações na iniciativa multilateral, emissários de Pazuello ainda resistiam à edição de uma medida provisória para que o Brasil pudesse carimbar sua adesão — para formalizar o acordo, eram necessárias a liberação de crédito extraordinário e a criação de uma lei específica.

Ao fim, a pasta da Saúde topou aderir ao consórcio, que poderia fornecer vacinas para até 50% da população brasileira. No entanto, documentos em poder da CPI da Covid mostram que o país optou pela cota mínima do Covax, suficiente para somente 10% da população.

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  1. Isso é uma infâmia. Não temos pena de morte, o que lamentável. Então, Trinta anos de cadeia em regime fechado. Não sabem a dor de perder um ente querido por negligencia de monstros, infames, assassinos.

  2. Bolsonaro, com toda a sua sabedoria, estava apostando na imunidade de rebanho, que é conseguida quando cerca de 60% da população é infectada. Para isso, considerando a taxa de mortalidade de 2,8%, teríamos no Brasil cerca de 3.500.000 mortos!

    1. Verdade Arnaldo. Se não fossem os governadores peitarem o Bozo, decretarem limites e lutarem pela vacina, a situação estaria muito, mais muito pior.

  3. O cel Elcio em algum momento da sua vida, pode ter sido eficiente para correr atrás de um calango na Amazônia. Mas o coronel jamais teve capacidade técnica e intelectual, para tomar decisões quanto à vacinas, numa pandemia. Esta matéria reforça o que já sabemos. Nenhum mensageiro sensato, era aceito no grupo de tomada de decisões. Às principais decisões eram tomadas pelos crentes da Cloroquina no GSM (Gabinete das Sombras e das Mortes).

    1. O Muar Joãozinho tenra transferir para os outros os seus sonhos eróticos. Ontem ele tomou todas em uma grande farra organizada pelos Bozistas para comemorar as 500 mil mortes. O satanás está contente e o seu seguido, o muar Joãozinho, também. Zurra Joãozinho demoníaco!

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