Iranianos retomam protestos e gritam 'morte ao ditador'
Os iranianos voltaram a se manifestar nas ruas de diversas cidades contra a teocracia islâmica. A revolta começou com gritos pelas janelas no domingo à noite, após sucessivos cortes de eletricidade. Em vídeos divulgados nas redes sociais, pode-se ouvir as frases pedindo "morte ao ditador", "morte a Khamenei" e o "fim da República Islâmica". Nos...
Os iranianos voltaram a se manifestar nas ruas de diversas cidades contra a teocracia islâmica. A revolta começou com gritos pelas janelas no domingo à noite, após sucessivos cortes de eletricidade. Em vídeos divulgados nas redes sociais, pode-se ouvir as frases pedindo "morte ao ditador", "morte a Khamenei" e o "fim da República Islâmica".
Nos dois dias seguintes, estradas foram bloqueadas pela população. Em algumas cidades, o povo se concentrou ao redor dos prédios da empresa de energia elétrica (foto).
O movimento atual ecoa os protestos que ocorreram no final de 2019, que ganharam força com o anúncio de uma subida nos preços da gasolina e se espalharam por todo o país.
Com o líder supremo Ali Khamenei tendo completado 82 anos, o regime tem preparado cuidadosamente sua sucessão, para evitar que novos protestos aconteçam. O vencedor das eleições presidenciais de junho foi Ebrahim Raisi, um clérigo conservador que em 1982 integrou duas "comissões da morte", ordenando a morte de detentos. Seus principais concorrentes tiveram a candidatura vetada. Raisi, que toma posse em agosto, é tido como o provável sucessor de Khamenei no cargo de líder supremo.
Com os protestos dos últimos dias, os cidadãos iranianos mostraram que podem tumultuar a sucessão. Contudo, sem uma oposição organizada, eles dificilmente conseguiriam derrubar o regime.
"Essas manifestações podem se transformar em um movimento de abrangência nacional, assim como os protestos que foram brutalmente esmagados em 2019", diz o iraniano-americano Ali Vaez, diretor do Projeto Irã no International Crisis Group, em Washington. "Mas o regime ainda tem muita determinação e uma capacidade de repressão aterradora. Além disso, por ora, não há uma alternativa viável ao regime dentro ou fora do país."
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Comentários (3)
MARCO
2021-07-07 08:28:55Um governo teocratico, ou com "pegada "teocrata", não passa de uma ditadura onde a religião e o fanatismo servem de véu para corrupção e privilegios.
MARCIO
2021-07-06 18:33:56Não há mais esperança nessa população, seja do. Irã, Europa ou Brasil, tudo não presta.
Odete6
2021-07-06 17:29:07Pois é! Mas despertaram!!! Só faltamos nós, os venezuelanos, metade da América do Sul, os coreanos do norte, os russos, os cubanos, os sírios e alguns países africanos, não é mesmo???