Iowa dará o tom das primárias no Partido Republicano
Eleitores do Partido Republicano no estado americano de Iowa enfrentarão uma nevasca na noite desta segunda, 15, para comparecer pessoalmente a um dos cerca de 1.600 lugares de reuniões, os "recintos", localizados em escolas, bibliotecas e igrejas. Em cada um deles, eles ouvirão seus partidários defendendo um dos pré-candidatos republicanos para, então, escrever o nome...
Eleitores do Partido Republicano no estado americano de Iowa enfrentarão uma nevasca na noite desta segunda, 15, para comparecer pessoalmente a um dos cerca de 1.600 lugares de reuniões, os "recintos", localizados em escolas, bibliotecas e igrejas.
Em cada um deles, eles ouvirão seus partidários defendendo um dos pré-candidatos republicanos para, então, escrever o nome do seu preferido em uma folha de papel em branco. Depois da primeira etapa, o menos votado será eliminado. O ritual é repetido até que cada recinto tenha o seu indicado.
As regras arcaicas do estado agrícola de Iowa se repetem a cada quatro anos e sempre viram notícia em todos os jornais. É uma atenção desproporcional, mas que tem sua razão de ser.
Iowa tem apenas 3 milhões de habitantes. É capaz de escolher apenas 40 dos 2.500 delegados necessários no partido Republicano para garantir a nomeação. Isso dá menos de 2% do total.
Sua enorme importância reside principalmente no fato de poder direcionar a eleição. Se um pré-candidato conseguir uma votação muito acima da esperada nas pesquisas, ele pode chamar a atenção de republicanos indecisos e ter alguma chance nos próximos pleitos.
Vencer em Iowa não costuma ser um pré-requisito dos candidatos vencedores. Mas ter uma votação muito positiva nesse estado pode funcionar como um empurrão nas primárias seguintes.
Por esse motivo, os pré-candidatos costumam gastar um volume de recursos anormais nessa etapa inicial da campanha.
Quem pode ganhar nas primárias republicanas em Iowa?
Quem mais está concentrando tempo e dinheiro em Iowa é Nikki Haley (foto), que foi embaixadora dos Estados Unidos na ONU e governadora do estado da Carolina do Sul.
Nikki aparece nas pesquisas eleitorais disputando o segundo lugar com Ron DeSantis, o atual governador da Flórida. Os dois têm entre 16% e 17%.
Se Nikki se sair melhor do que o esperado, ela poderá virar notícia e chamar a atenção dos eleitores de outros estados. É sua chance de ser vista como uma alternativa a Trump.
As próximas primárias republicanas acontecem em New Hampshire, o estado natal de Nikki. Lá, pesquisas mostram que ela perderia por uma estreita margem para Trump. Um bom resultado em Iowa poderia ajudá-la a conquistar um placar mais favorável.
Para Ron DeSantis, o terceiro lugar em Iowa poderia ser uma pá de cal em sua ambição de chegar à Casa Branca. Isso porque os eleitores republicanos entenderiam que ele realmente não tem grandes chances. Um bom segundo lugar, por outro lado, daria uma visibilidade nacional ao governador.
Para Trump, Iowa pode definir a campanha. Se o ex-presidente obter cerca de metade dos votos e os seus rivais não chegarem aos 20%, como mostram as pesquisas, então Trump terá um caminho aberto para ganhar a nomeação do Partido Republicano.
Ele então só teria de se preocupar com o candidato do Partido Democrata, provavelmente o presidente Joe Biden, nas eleições gerais de novembro.
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