'Indignado' com depoimento, Renan inclui ex-servidor da Anvisa entre investigados
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (foto), decidiu nesta quinta-feira, 26, incluir o ex-servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e empresário José Ricardo Santana na lista de investigados da comissão. Ex-secretário executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da agência, ele tem ligações com o dono da Precisa Medicamentos, Francisco...
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (foto), decidiu nesta quinta-feira, 26, incluir o ex-servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e empresário José Ricardo Santana na lista de investigados da comissão.
Ex-secretário executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da agência, ele tem ligações com o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, e com o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.
No depoimento à CPI, Santana alegou que deixou a Anvisa em março de 2020, "por vontade própria", mas admitiu que, na sequência, passou a atuar informalmente no Ministério da Saúde, por convite de Roberto Ferreira Dias. Ele não soube precisar por quanto tempo permaneceu na pasta e alegou que não recebia salário à época.
"Pelo que eu me lembro, eu acredito que tenha sido por volta de umas cinco semanas a partir dessa data em que foi dada entrada [25 de março]", comentou. "São vários formulários preenchidos e eu estimo isso, cinco semanas no máximo. A minha nomeação não foi efetivada e eu não tinha motivos para ficar".
Santana estava ao lado de Roberto Ferreira Dias em um jantar no Vasto Restaurante, em Brasília, em 25 de fevereiro deste ano, quando, segundo o representante comercial da Davati Medical Supply, o ex-diretor de Logística do ministério exigiu propina em troca do andamento de tratativas entre a pasta e a empresa para a compra de 400 milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca.
Renan anunciou a decisão de incluir Santana entre os investigados após concluir as perguntas ao empresário, que presta depoimento à comissão desde esta manhã. Durante a oitiva, Santana alegou não poder responder a questões simples, como seu salário na Anvisa, por não se lembrar das informações corretas.
"Eu estou indignado. Não consigo conter a minha indignação. Estou dizendo isso para pedir desculpa se eu for deselegante. Mas nós, durante esse período todo de funcionamento da CPI, nos submetemos a isso quase diariamente. Isso é um escárnio. Então, diante desse escárnio reiterado, repetido, eu queria, presidente, dizer que, como relator, vou elevar a testemunha, neste momento, à condição de investigada", declarou.
O emedebista não foi o único a ficar irritado. O presidente da CPI, Omar Aziz, chegou a dizer que o depoente tem um "problema de memória sério". "Meu irmão, vou dizer uma coisa pra ti... Meu amigo, isso é uma conversa pra boi dormir, rapaz. Dizer que não lembra de nada? Você não é tolo", disparou.
Embora tenha declarado "não ter mais lembrança" sobre o jantar no Vasto Restaurante, Santana afirmou que não presenciou qualquer "pedido de vantagem ilícita" de Roberto Ferreira Dias a Dominguetti. Em relação à Precisa Medicamentos, pivô do escândalo Covaxin, o empresário valeu-se de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal e decidiu ficar em silêncio.
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Comentários (3)
Silvana
2021-08-26 15:35:56O Renan indignado? Kkkk Aproveita essa Rui Goiaba!
Marcelo D.
2021-08-26 15:19:15A Crusoé dando palco para Renan e cia!
João
2021-08-26 15:12:54“Indignado “ estamos nós com esse delator,ops, relator……