Imposto sobre grandes fortunas deve afugentar ricos argentinos e afetar economia
A Câmara de Deputados da Argentina aprovou nesta quarta, 18, um imposto sobre grandes fortunas. A proposta, redigida pelo deputado Máximo Kirchner (foto), filho da vice Cristina, deve seguir no próximo mês para o Senado, com boas chances de ser aprovada. Com isso, uma taxa que varia entre 3,5% e 5,25% será cobrada uma única...
A Câmara de Deputados da Argentina aprovou nesta quarta, 18, um imposto sobre grandes fortunas. A proposta, redigida pelo deputado Máximo Kirchner (foto), filho da vice Cristina, deve seguir no próximo mês para o Senado, com boas chances de ser aprovada. Com isso, uma taxa que varia entre 3,5% e 5,25% será cobrada uma única vez de pessoas com patrimônio superior a 200 milhões de pesos, o equivalente a 13 milhões de reais. Os argentinos, contudo, duvidam que a taxa só será cobrada uma única vez, e muitos falam em ir à Justiça contra a cobrança indevida.
Para o economista Juan Luis Bour, da consultoria Fiel, em Buenos Aires, o confisco terá dois efeitos principais. O primeiro é estimular os argentinos ricos a deixarem o país, em um fenômeno parecido com o que já acontece na França. Diversos empresários argentinos, como Marcos Galperin, do Mercado Livre, e Gustavo Grobocopatel, do setor agrícola, já fizeram as malas. A maioria foi viver no vizinho Uruguai.
O segundo efeito é que muitos empresários diminuirão a operação na Argentina. "O imposto será cobrado sobre os ativos, o que implica que fazendeiros terão de pagar 5% sobre o valor de suas máquinas e tratores, por exemplo", diz Luis Bour.
A mesma coisa aconteceu durante os mandatos de Néstor e Cristina Kirchner, a partir de 2005. "Muito da expansão agrícola que aconteceu no Uruguai e no Paraguai, e um pouco no sul do Brasil, deveu-se a argentinos que tinham tecnologia avançada no campo e decidiram investir em outros países", diz o economista.
A iniciativa dos congressistas parece ter um fundo mais político que econômico. Com a medida contra os mais ricos, Máximo e Cristina Kirchner pretendem animar a militância e manter o peronismo unido para as eleições legislativas de outubro do ano que vem. "Quando a economia não vai bem, os políticos tentam outra maneira para conseguir os votos e manter a coalizão partidária", afirma Luis Bour. "Encontrar um inimigo, como os ricos, parece ser uma dessas ideias."
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Comentários (9)
Fernando
2020-11-20 17:01:12E a velha ilusão de que tirando dinheiro dos mais ricos resolve o problema da desigualdade . Eles saem do país e deixam só os pobres . Está resolvida a desigualdade!! Todos pobres ! Vide Venezuela !!
José
2020-11-20 09:31:09Que afundem os argentinos , elegeram essa praga esquerdista...
Celso
2020-11-19 22:04:27A Argentina continua com sua eutanásia, lenta e dolorosa!!
Roberto
2020-11-19 19:54:48Aumenta o imposto lá os paraguaios vem tudo ora cá
Mario Mattos
2020-11-19 18:42:18Esse imposto é uma cilada. Começa pegando os ricos de fato, logo passa a abranger a classe média. É só observar o que ocorreu onde foi aplicado.
Charles
2020-11-19 18:30:59É uma boa medida contra o abismo social que se agrava com o capitalismo.
Nilson
2020-11-19 18:28:57Aos ricos argentinos transfiram sua grana para o Brasil, caiam fora destes esquerdopatas que destroem nações.
DRSC
2020-11-19 18:21:44A um passo para a ditadura.
Jose
2020-11-19 18:08:10Será que os ricos lá pagam imposto? Aqui no Brasil sabemos que não. De fato, aqui e o inverso: os ricos tiram dinheiro do governo via subsídios generosos e os mecanismos de corrupção que nós conhecemos tão bem.