"Igreja deve ter vergonha e pedir perdão", diz papa sobre abuso de menores
Declaração se deu cerca de um ano após o lançamento de um documentário que revelou um escândalo de abuso de menores na Bélgica
O papa Francisco (foto) abordou os casos de abuso sexual de menores de idade na Igreja Católica afirmando que a instituição "deve ter vergonha e pedir perdão".
"A Igreja deve ter vergonha e pedir perdão. Tentar resolver esta situação com humildade cristã e fazer todo o possível para que não volte a acontecer. Penso nos casos dramáticos de abusos de menores, um flagelo que a Igreja está enfrentando com determinação e firmeza, escutando e acompanhando as pessoas feridas e implementando um amplo programa de prevenção em todo o mundo. Esta é a vergonha que todos temos que assumir agora, pedir perdão e resolver o problema", disse Francisco em discurso na Bélgica na sexta-feira, 27 de setembro.
A declaração se deu cerca de um ano após o lançamento de um documentário que revelou um escândalo de abuso de menores no país, incluindo adoção forçada.
A imprensa belga estima que quase 30 mil crianças foram sequestradas. Os casos aconteceram desde o pós-guerra até a década de 1980.
Sobre as adoções forçadas, Francisco acrescentou: "Me entristece o fenômeno das 'adoções forçadas', também presentes aqui na Bélgica entre os anos 50 e 70 do século passado. Nestas histórias espinhosas, misturou-se o fruto amargo de um crime e um delito, com aquilo que, infelizmente, era o resultado de uma mentalidade difundida em todas as camadas da sociedade. Com frequência, as famílias e outras entidades sociais, incluindo a Igreja, pensaram que, para eliminar o estigma negativo, que infelizmente afetava quem era mãe solteira naquela época, seria melhor para ambos, mãe e filho, que este último fosse adotado".
O conselho de Francisco aos americanos
O papa Francisco fez duras críticas aos dois candidatos das eleições presidenciais dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.
O pontífice acusou ambos de serem "contra a vida" pelas suas pautas em temas de imigração e aborto, respectivamente.
“Ambos são contra a vida, seja aquele que expulsa os migrantes ou aquele que (apoia) a morte de bebés. Ambos são contra a vida”, disse Francisco.
“Deve-se votar e escolher o mal menor. Quem é o mal menor, a mulher [Kamala] ou o homem [Trump]? Não sei... Todos em sua consciência deveriam pensar e fazer isso”, acrescentou.
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