Human Rights Watch critica Lula por ignorar Venezuela em discurso na ONU
Presidente faz discurso com forte tom ideológico, atacando plataformas digitais e defendendo a regulação da economia
O diretor da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch no Brasil, César Muñoz, criticou Lula por ignorar a crise na Venezuela durante o discurso do petista na Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira, 24 de setembro.
"O presidente Lula abordou prioridades do Brasil em política externa. Porém, não fez nenhuma referência à situação dramática que vive a Venezuela. O silêncio não ajuda em nada as vítimas de abusos. O Brasil pode desempenhar um papel fundamental na defesa dos direitos humanos e na transição para a democracia", disse Muñoz à Folha de S. Paulo.
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Nada de Venezuela
Ao tomar posse em 2023, Lula retomou as relações diplomáticas com a Venezuela, do ditador Nicolás Maduro. No final de julho, Maduro comandou uma fraude eleitoral, que foi exposta pela oposição. Sobre esse país, que já enviou 125 mil pessoas ao Brasil, Lula não dedicou uma única frase na ONU.
Sua atenção está principalmente no Oriente Médio.
Lula começou seu discurso se dirigindo à delegação palestina, que participou pela primeira vez da Assembleia, como membro-observador. Também saudou a presença do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
O presidente falou de "uma das maiores crises humanitárias da história recente" na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, e que "agora se expande perigosamente para o Líbano".
Sem citar Israel, afirmou que "o que começou como uma ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses tornou-se uma punição coletiva de todo o povo palestino".
"O direito de defesa transformou-se num direito de vingança", disse Lula.
O presidente também defendeu a ilha comunista de Cuba, ao dizer que é "injustificável manter Cuba em uma lista unilateral de Estados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis".
Como sempre, não houve qualquer menção à ditadura castrista ou qualquer defesa dos direitos dos cubanos.
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