Guerra energética: Ucrânia corta gasolina, Rússia destrói gás
Com inverno chegando, a Ucrânia luta contra a destruição de suas redes de gás, enquanto ataca refinarias russas para romper seu suprimento

Uma característica chama a atenção no atual momento do conflito militar entre Ucrânia e Rússia. Agora os alvos principais estão ligados a energia, com ataques e contra-ataques que mostram novas estratégias além das linhas de frente.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy anunciou que mísseis de longo alcance e drones desenvolvidos internamente tem atingido com sucesso instalações petrolíferas russas, provocando uma queda de até 20% no fornecimento de gasolina de Vladimir Putin.
Em resposta, a Rússia intensificou seus bombardeios contra a infraestrutura de gás ucraniana, destruindo cerca de 60% da produção de gás do país pouco antes da temporada de frio, onde o recurso é muito usado para calefação.
Já a Ucrânia vem mirando instalações estratégicas russas, como a planta de processamento de gás Korobkovsky e terminais de transporte de óleo, numa tentativa de minar a base energética e financeira do agressor.
Esse tipo de ação se soma a uma campanha contínua que levou à queda acentuada nas exportações de combustível russo, elevando os preços internos e pressionando seus mercados domésticos.
Do lado ucraniano, a destruição maciça da infraestrutura de gás é uma estratégia cujas consequências multiplicam-se além das perdas imediatas.
Oficialmente, são esperados custos extras para importação de volumes de gás que compensariam a produção perdida.
Fala-se que até 4,4 bilhões de metros cúbicos adicionais poderiam ser necessários até março, gerando um impacto financeiro bilionário.
Para resistir, Kiev busca apoio externo, defesa aérea reforçada, acesso a mísseis de longo alcance americanos e tecnologias descentralizadas, como baterias e fontes alternativas, além de empréstimos junto a instituições ocidentais.
Enquanto isso, a Rússia continua a lançar ondas de mísseis e centenas de drones contra alvos energéticos em solo ucraniano, mirando tanto usinas de gás como redes de transmissão e aquecimento nas regiões de Kharkiv e Poltava.
Com isso, a Ucrânia pode ter que escolher se mantém a pressão com ataques sobre a capacidade energética russa ou preserva seus próprios recursos vitais, sob o risco de queda nas reservas antes do inverno que já está chegando?
Por trás dessas escolhas militares e logísticas pode pesar a influência externa, especialmente o apoio dos EUA e aliados, na capacidade de resistir a um ataque que quer estrangular não só sua produção e redes, mas como a própria autoestima e resiliência da população.
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