‘Guedes nos dá o norte’, diz Bolsonaro ao reafirmar poderes do ministro
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou os princípios da agenda de Paulo Guedes, depois da insatisfação do ministro da Economia com a discussão sobre um plano de investimentos com recursos públicos. Juntos, em frente ao Palácio da Alvorada, o chefe do Planalto e Guedes garantiram que a agenda de reformas e os planos de privatização seguirão...

O presidente Jair Bolsonaro reafirmou os princípios da agenda de Paulo Guedes, depois da insatisfação do ministro da Economia com a discussão sobre um plano de investimentos com recursos públicos. Juntos, em frente ao Palácio da Alvorada, o chefe do Planalto e Guedes garantiram que a agenda de reformas e os planos de privatização seguirão e que não haverá alterações no teto de gastos públicos.
O ministro da Economia conseguiu vencer a resistência de Bolsonaro e anunciou que haverá medidas de sacrifício para os servidores públicos, como o congelamento de salários por um prazo de um ano e meio. E rejeitou com ênfase um possível debate sobre alterações no teto de gastos. “Para que falar em derrubar o teto, se é o teto que nos protege de tempestade?”, afirmou Guedes.
O lançamento do programa Pró-Brasil, na semana passada, capitaneado pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto, causou insatisfação no Ministério da Economia. O pacote inclui investimentos do Tesouro para obras públicas, o que contraria as principais diretrizes de Paulo Guedes, que defende as privatizações. O ministro não participou do evento de anúncio do programa Pró-Brasil, na semana passada.
Nesta segunda-feira, 27, Bolsonaro garantiu que vai seguir os rumos ditados pelo ministro da Economia. “Paulo Guedes nos dá o Norte, nos dá as recomendações do que devemos seguir. Nossa preocupação é prosseguir com total responsabilidade com gastos públicos”, garantiu o presidente, ao reafirmar o poder de seu principal ministro e estancar o surgimento de uma nova crise.
Paulo Guedes disse que a agenda de reformas vai prosseguir e afirmou que a retomada desenfreada de gastos públicos pode transformar o país em uma “Venezuela” “Estamos no caminho da prosperidade, e não do desespero. Estamos privatizando, abrindo a economia”, afirmou Guedes.
Em um pronunciamento à imprensa, ao lado de Bolsonaro, Paulo Guedes explicou que o governo precisou brecar temporariamente as reformas estruturantes, para adotar medidas emergenciais. “Nosso foco nos últimos 50 dias foi para lançar uma camada de proteção, salvar vidas e empregos”, explicou Guedes, que evitou confrontos com o chefe da Casa Civil. “O general Braga Netto, como coordenador das ações, coletou estudos”, explicou.
Os ministros Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, e Tereza Cristina, da Agricultura, também participaram da reunião e dos anúncios à imprensa, assim como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Um dos idealizadores do programa Pró-Brasil, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que entrou em atritos com Guedes, não participou do encontro.
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