Ricardo Stuckert / PR via Flickr

Governo Lula volta a equivaler Israel a Hamas em nota sobre Rafah

27.05.24 20:35

O governo Lula voltou a equivaler o Estado de Israel à organização terrorista Hamas nesta segunda-feira, 27 de maio, em nota oficial sobre o ataque israelense a Rafah, no sul da Faixa de Gaza, desta madrugada.

A ofensiva israelense, que neutralizou duas lideranças terroristas, também matou civis palestinos abrigados em um campo de refugiados.

“O governo brasileiro condena a contínua ação das forças armadas israelenses contra áreas de concentração da população civil de Gaza, visto que constitui sistemática violação aos Direitos Humanos e ao Direito Humanitário Internacional”, diz a nota oficial do Itamaraty.

O ministério também faz referência a suposto descumprimento de decisão recente da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre operações militares israelenses em Gaza, mas comete o equívoco de afirmar que a determinação impediria por definição qualquer ofensiva.

Na verdade, a CIJ pôs condicionantes às restrições a Israel, que deve “interromper imediatamente a sua ofensiva militar e qualquer outra ação na área de Rafah que possa gerar condições de vida à população palestina em Gaza de modo a provocar a sua destruição física, no todo ou em parte”, como anunciou o presidente do tribunal, Nawaf Salam.

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A nota do Itamaraty também faz referência ao ataque do Hamas a Tel Aviv. Foram disparados oito foguetes contra a cidade israelense no domingo, 26.

“O governo brasileiro deplora também a retomada, pelo Hamas, de lançamentos de foguetes de Gaza contra o território israelense, ocorrida no final de semana”, diz a nota, equiparando as ações de Israel às do grupo terrorista.

“Desolador”

A Casa Branca descreveu as imagens da ofensiva israelense como “desoladoras”, mas também citou a morte de “terroristas importantes”.

“As imagens devastadoras após o ataque das FDI [Forças de Defesa de Israel] em Rafah na noite passada, que matou dezenas de palestinos inocentes, são desoladoras”, diz a Casa Branca no comunicado.

“Israel tem o direito de perseguir o Hamas, e entendemos que este ataque matou dois importantes terroristas do Hamas, que são responsáveis por ataques contra civis israelenses”, acrescenta.

O comunicado reafirma também que “Israel deve tomar todas as precauções possíveis para proteger os civis” e cita ajuda americana para investigar o episódio.

“Acidente trágico”

Em discurso ao Parlamento de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (foto) descreveu como um “acidente trágico” a morte de civis no ataque a Rafah.

“Apesar dos nossos esforços para não feri-los, houve um acidente trágico. Estamos investigando o incidente”, disse o primeiro-ministro israelense.

“Para nós é uma tragédia, para o Hamas é uma estratégia”, acrescentou.

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