Governo Lula ressuscita refinaria de Abreu e Lima
A construção da refinaria foi marcada por escândalos de corrupção e foi um dos símbolos da Lava Jato

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assinou na segunda-feira, 16, três contratos no valor de 4,9 bilhões de reais para a conclusão da construção do Trem 2 da refinaria de Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, símbolo da corrupção na estatal.
Paralisada desde 2015, a obra, que começou ainda no primeiro mandato de Lula, já consumiu cerca de 90 bilhões de reais.
Os contratos foram assinados com a empresa Consag Engenharia S.A, que pertence ao grupo Andrade Gutierrez, um dos alvos da Lava Jato.
Ao celebrar a assinatura dos três primeiros contratos, Magda Chambriard afirmou que eles revelam "o compromisso da empresa com o desenvolvimento do país, representando a expansão da nossa capacidade de refino e viabilizando o aumento da produção de derivados para atender às demandas da sociedade e do mercado".
A previsão da Petrobras é que as unidades entrem em operação em 2029 e permitam dobrar a capacidade instalada da refinaria, que passaria de 130 mil barris/dia para 260 mil barris/dia.
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Corrupção em Abreu e Lima
A construção da refinaria foi marcada por escândalos de corrupção e foi um dos símbolos da Lava Jato. Na época, as investigações indicaram problemas relacionados aos contratos e possíveis desvios de recursos da obra. O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar superfaturamento de pelo menos 2,1 bilhões de reais durante as obras do projeto.
Em um caderno sobre o projeto, lançado em 2021, o TCU afirmou que a obra é um exemplo de “como uma ideia virtuosa e promissora pode se transformar num malogro comercial bilionário”.
Para o ministro Benjamin Zymler, o projeto subverteu um sistema de governança sofisticado “ao ponto de enredar toda a alta administração de uma empresa de renome —mesmo que involuntariamente— num ousado esquema de corrupção e desvio de recursos”.
Durante os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, a Petrobras tentou vender a refinaria de Abreu e Lima. Em 2022, contudo, a estatal decidiu retomar as obras, alegando que melhoraria a atratividade para investidores estrangeiros.
Lula e a refinaria de Abreu e Lima
Em visita à refinaria de Abreu e Lima em janeiro de 2024, Lula fez ilações sobre a operação Lava Jato e criticou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
“Na verdade não era conta Petrobras, porque se você quisesse de fato apurar corrupção, você apura a corrupção. A história ainda vai ser contada. Mas eu vou dizer uma coisa como presidente da República, tudo o que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes, alguns procuradores desse país subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que queria e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, disse Lula.
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Silvio Costa Filho
Político de Pernambuco, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, tentou tirar uma casquinha do projeto da Petrobras.
"Tenho trabalhado muito ao lado do presidente Lula para destravar obras estratégicas para Pernambuco e para o Brasil. A retomada do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima é mais um passo importante para fortalecer a indústria, gerar empregos e desenvolver a nossa gente", escreveu o ministro de Lula no X.
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