Governo Lula enterra planos de Bolsonaro para a Ceagesp
O Conselho de Programa de Parcerias e Investimentos (CPPI) adotou resoluções para retirar, dos planos de privatização do governo federal, duas centrais de abastecimentos — incluindo a Ceagesp, estatal em São Paulo que gerencia o Ceasa paulista, o maior do seu tipo na América Latina. A decisão envolvendo o entreposto paulista foi publicada nesta segunda-feira,...
O Conselho de Programa de Parcerias e Investimentos (CPPI) adotou resoluções para retirar, dos planos de privatização do governo federal, duas centrais de abastecimentos — incluindo a Ceagesp, estatal em São Paulo que gerencia o Ceasa paulista, o maior do seu tipo na América Latina.
A decisão envolvendo o entreposto paulista foi publicada nesta segunda-feira, 1º, no Diário Oficial da União. Além da exclusão da Ceagesp, uma segunda resolução pediu do CPPI a retirada da CeasaMinas do programa de privatização.
Ambas as resoluções são recomendações endereçadas ao presidente, que opta por acatá-las ou não. Isso, no caso, é mera formalidade, já que o CPPI é um órgão alinhado aos interesses de cada governo.
A saída da Ceagesp do plano de privatizações atendeu a um pedido do ministro Paulo Teixeira, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e enterra um dos planos mais antigos de privatizações do governo Jair Bolsonaro, que tinha no entreposto um queridinho do seu governo. Desde 2019, um decreto colocava o ativo para concessão pelo poder público à iniciativa privada.
Durante seu mandato, Bolsonaro chegou a visitar algumas vezes a central de abastecimento, em uma privilegiada área da zona oeste de São Paulo, próxima a estradas e a vias importantes da capital paulista. Com a especulação imobiliária pressionando a região, o governo de São Paulo — à época comandado por João Doria (PSDB) — considerou mudá-lo de lugar, como ainda quer Tarcísio de Freitas (Republicanos), o atual governador.
Nenhum sinal de interesse de Bolsonaro na Ceagesp foi maior que a indicação de Ricardo de Mello Araújo, ex-comandante da Rota, o batalhão de elite da polícia militar, para comandar o entreposto. Foi por meio dele que uma doação de alimentos a Araraquara (SP), cidade comandada por um prefeito do PT, virou uma arma política durante a pandemia de COVID.
Nas últimas semanas, Bolsonaro mostrou que seu alinhamento com Mello Araújo segue firme e forte. Ele o indicou como candidato a prefeito de Ricardo Nunes (MDB), na eleição a prefeito de São Paulo.
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