Governista propõe sessões da CPI às segundas e sextas para investigar estados

Apesar de a CPI da Covid ter entrado na reta final, o senador Eduardo Girão (foto), integrante da “tropa de choque” do Planalto, ainda não desistiu da ideia de direcionar os holofotes da comissão a governadores e prefeitos.

O parlamentar propôs a condução de sessões às segundas e sextas-feiras para a realização “exclusiva” de oitivas de representantes estaduais e municipais envolvidos em suspeitas de “uso impróprio” de verbas recebidas do governo federal para o combate à pandemia do novo coronavírus.

Girão argumenta que “são infindáveis” os indícios de desvios de recursos públicos. O senador menciona que, para investigar os esquemas, a Controladoria-Geral da União tocou 53 operações e a Polícia Federal mais de uma centena. Além disso, segundo sublinhou, o Tribunal de Contas da União abriu 123 processos.

“Em que pese a prorrogação do prazo de vigência dessa Comissão Parlamentar de Inquérito, observo que caminhamos inexoravelmente para o fim dos trabalhos sem a devida apuração dos fatos que motivaram a apresentação do requerimento de minha autoria e assinado por 45 senadores e senadoras”, anotou o parlamentar, responsável pela proposição da CPI com o foco em estados e municípios. “Mesmo diante de todos os empecilhos, não irei desistir de buscar toda a verdade”, completou.

A CPI chegou a aprovar a convocação de nove governadores cujas gestões foram alvos de operações da PF que miraram crimes na aplicação de recursos recebidos da União para o enfrentamento da crise sanitária. Contudo, o Supremo Tribunal Federal entendeu que a comissão não tinha competência para obrigar os mandatários a comparecer ao Senado e apresentar esclarecimentos.

Diante do revés, Girão passou a centrar esforços na convocação do ministro-chefe da CGU,  Wagner Rosário. A medida foi aprovada, mas a cúpula da CPI não chegou a agendar o depoimento — e nem há sinais de que vá fazê-lo.