Gleisi defende Padilha após cancelamento de vistos
"É assim que agem a extrema-direita e seus cúmplices", escreveu a ministra de Relações Institucionais do governo Lula

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (foto), criticou nas redes sociais o cancelamento do visto americano da esposa e da filha do ministro da Saúde Alexandre Padilha.
"Punir uma criança, a família do ministro Padilha, como fez o governo Trump provocado por Bolsonaro, é muita covardia. É assim que agem a extrema-direita e seus cúmplices. Mas o Brasil se orgulha do ministro que fez o Mais Médicos e de toda sua equipe. Salvaram vidas, ao contrário do que Bosonaro fez na pandemia", escreveu Gleisi no X.
Até o momento, contudo, não há evidências de que o cancelamento dos vistos da esposa e da filha de dez anos de Padilha tenham sido solicitados por Jair Bolsonaro ou algum de seus familiares.
Escravidão
A informação sobre o cancelamento dos vistos foi divulgada pelo blog de Julia Dualibi, no G1, nesta sexta, 15.
A família recebeu um email do Consulado Geral dos Estados Unidos dizendo que eles não estavam mais elegíveis ao visto americano.
Padilha está com o visto vencido desde 2024.
Leia em Crusoé: E o visto americano de Alexandre Padilha?
Escravidão moderna
Padilha era ministro de Saúde em 2012 e esteve diretamente envolvido na criação do Mais Médicos, ainda durante o governo de Dilma Rousseff.
Foi ele quem chefiou a delegação brasileira que foi para Havana discutir o esquema.
Na viagem, Padilha foi acompanhado por dois funcionários do governo brasileiro, que tiveram seus vistos americanos cancelados esta semana: Mozart Salles e Alberto Kleiman.
Confisco do salário
O ministro teve um papel central nas tratativas com a ditadura comunista, ajudando a determinar quanto os cubanos receberiam da ditadura comunista.
Foi dele a ideia de colocar a Opas como intermediária na operação, de acordo com mensagens trocadas pelos diplomatas.
Como um acordo bilateral entre o governo de Dilma Rousseff e a ditadura comunista exigiria aprovação do Legislativo, a Opas se ofereceu como intermediária, para dispensar essa exigência legal.
Como a sede da Opas fica em Washington, nos Estados Unidos, surgiu o medo de que os recursos fossem bloqueados em algum momento.
A sacada de Padilha, então, foi a de que os recursos fossem transferidos entre os escritórios da organização, sem passar pelos Estados Unidos.
Negação
Ao anunciar o programa Mais Médicos, Padilha mentiu, dizendo que não sabia sobre as quantias que seriam pagas para os médicos cubanos.
Mas as mensagens trocadas pelos diplomatas revelaram que ele esteve diretamente envolvido nas negociações sobre valores.
Leia em Crusoé: Reação ao Mais Médicos: agora o Brasil pode se orgulhar
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