Genro de Edmundo González é condenado pela ditadura de Maduro
Esposa afirma que sentença de 30 anos de prisão é motivada por vínculos familiares com presidente eleito
Rafael Tudares Bracho, genro do presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia, foi condenado a 30 anos de prisão pelo regime de Nicolás Maduro.
Tudares foi sequestrado em janeiro, às vésperas da posse considerada ilegítima do ditador.
A informação foi tornada pública nesta quarta-feira, 3, por Mariana González Tudares, esposa do condenado e filha do presidente eleito.
Ampla defesa?
Segundo ela, o marido foi sentenciado sem acesso regular ao advogado de sua escolha e com base em um processo judicial secreto.
O regime acusa Tudares de "conspiração" e outros crimes considerados graves com base em um suposto vínculo entre ele e uma pessoa desconhecida.
Não há provas contra o marido de Mariana.
"Rafael é inocente"
De acordo com Mariana, a condenação foi proferida em uma única audiência, realizada na última sexta-feira, 28, com duração superior a 12 horas.
"Em 11 meses em situação de desaparecimento forçado e mediante a um processo penal clandestino e oculto, confirmou que, segundo me informaram as autoridades competentes, que meu esposo Rafael Tudares Bracho teria sido condenado a 30 anos de prisão por supostos crimes previstos na legislação penal venezuelana, os quais, ratifico, ele não cometeu. Rafael é inocente."
Ela também afirma que o regime não forneceu informações básicas, como detalhes do processo, número do expediente ou acesso aos autos.
“Rafael foi associado a uma pessoa que ele não conhece e foi acusado de atos que não cometeu e de crimes que não cometeu de forma alguma ”, diz o comunicado.
A esposa destacou que a denúncia tem motivação exclusivamente política: “O único motivo por trás dessa condenação são seus laços familiares com a ex-candidata à presidência. Ele é absolutamente inocente das acusações que lhe foram injustamente atribuídas.”
"Arbitrariedade revela fragilidade"
Em nota divulgada no X, Edmundo González rejeitou a sentença imposta ao genro e negou as acusações.
Para o presidente eleito, a decisão tem viés político.
"A arbitrariedade revela fragilidade. Toda decisão pública deve estar em conformidade com a lei, ou fica fora do âmbito da legitimidade democrática. Portanto, rejeito a sentença imposta a Rafael Tudares Bracho: 30 anos de prisão por eventos que não ocorreram e crimes que ele não cometeu. Trata-se de uma decisão sem fundamento legal, incompatível com a Constituição e utilizada como retaliação política para tentar me prejudicar e distorcer a vontade expressa pelos venezuelanos em 28 de julho de 2024. Rafael e Mariana não têm qualquer ligação com as minhas responsabilidades públicas."
González também acusou o regime de usar o Poder Judiciário para "punir terceiros".
"Utilizar o sistema judicial para punir terceiros é uma prática que confirma a confusão entre poder e impunidade que tanto prejudicou o país. Diante dessa realidade, a defesa dos direitos e da dignidade de todos os venezuelanos permanece firme e inabalável. Meu compromisso — sempre inabalável — é continuar trabalhando pela liberdade de Rafael, de todos os presos políticos e daqueles que permanecem desaparecidos à força na Venezuela. Essa causa não admite rendição."
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