Exclusivo: delator relata propina de R$ 20 mi a funcionários do Banco Central
Um ex-executivo do Banco Paulista afirmou em delação premiada que a instituição pagou cerca de 20 milhões de reais de propina a servidores do Banco Central para agilizar o trâmite da importação de dinheiro em espécie do Paraguai, entre os anos de 2008 e 2015. O acordo de colaboração foi celebrado em dezembro com as forças-tarefas da...
Um ex-executivo do Banco Paulista afirmou em delação premiada que a instituição pagou cerca de 20 milhões de reais de propina a servidores do Banco Central para agilizar o trâmite da importação de dinheiro em espécie do Paraguai, entre os anos de 2008 e 2015.
O acordo de colaboração foi celebrado em dezembro com as forças-tarefas da Lava Jato de Curitiba, Rio e São Paulo por Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto, ex-funcionário da mesa de câmbio do Banco Paulista. Na última segunda-feira, 13, a juíza federal Fabiana Alves Rodrigues, substituta da 10ª Vara Criminal de São Paulo, homologou os anexos da delação que narram crimes ocorridos no estado.
Ao todo, a delação de Barreto tem 16 anexos, sendo que dois deles envolvem fatos já investigados no Rio de Janeiro e em Curitiba e que resultaram na prisão de ex-executivos do Banco Paulista em maio do ano passado, na 61ª fase da Lava Jato. Em junho, Barreto e os ex-executivos do banco Tarcísio Rodrigues Joaquim e Gerson Luiz Mendes de Brito foram denunciados pelos crimes de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. Todos eles respondem em liberdade.
No anexo 6, segundo descreve a juíza Fabiana Rodrigues em sua decisão, Barreto relata que o destino dos recursos de caixa 2 do Banco Paulista "seria o pagamento de vantagens indevidas a servidores do Banco Central para agilizar o trâmite da importação de dinheiro em espécie de instituições financeiras do Paraguai". O conteúdo da delação foi mantido sob sigilo pela magistrada.
Desde o ano passado, um inquérito em São Paulo investiga operações de importações de reais de instituições financeiras do Paraguai realizadas pelo Banco Paulista e pelo Banco Rendimento, entre 2008 a 2018. A suspeita é que as operações tenham sido feitas para lavar dinheiro.
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Comentários (10)
Jacira
2020-01-15 23:17:51Gravíssimo. Os funcionários foram citados???
Ruy
2020-01-15 15:08:21A serviço de quem estava esse tipo de operação? Será a ORCRIM de novo?
Barros
2020-01-15 14:47:29Além de presos, teriam de devolver as quantias recebidas. Onde está a justiça para cobra isso?
Jorge
2020-01-15 14:21:23Boa reportagem
Jorge
2020-01-15 13:44:49Por essas e outras que o ministro Gilmar mendes é contra a lava-jato
Juan
2020-01-15 13:28:53As novas leis favorecem os bandidos, então está notícia só faz que nós fiquemos más "putos da vida" com os Congressistas e o STF... más infelizmente não podemos ignorar estes fdp... desculpem os palavrões, não é meu costume.
Miguel
2020-01-15 13:27:49Sabem de quem é a culpa? Claro que é do BOLSONARO.
LuisR
2020-01-15 13:23:47Nem sei porque ler mais notícias... a PF descobriu a parada, juntou provas e prendeu. O juiz mandou soltar. Tornou-se rotina... por esses Três Poderes envolvidos e chafurdados nessa podridão!
CLEA
2020-01-15 13:04:12Todos soltos, apesar de tanto ladrao ser denunciado... Que país avacalhado...
Rachel
2020-01-15 13:00:12A privatização é a única saída, os corruptos prosperaram com intensidade nos governos petistas, acreditando que o poder dessa gente não teria fim. Por todo lado é só procurar uma ponta solta e puxar que o novelo não tem fim. A privatização pode dar um basta nesse esquema, favorecido pelos corruptos, que com certeza, ainda estão nessas instituições.