Ex-chefe de combate às drogas da Bolívia é preso acusado de narcotráfico
O coronel Maximiliano Dávila (foto), ex-chefe da Força Especial de Luta contra o Narcotráfico da Bolívia, Felcn, foi preso no último sábado, 22, acusado de narcotráfico e enriquecimento ilícito. Ele estava em Potosí, tentando fugir para a Argentina. De acordo com o Ministério de Governo da Bolívia, Dávila estava sob investigação da agência antidrogas americana, a...
O coronel Maximiliano Dávila (foto), ex-chefe da Força Especial de Luta contra o Narcotráfico da Bolívia, Felcn, foi preso no último sábado, 22, acusado de narcotráfico e enriquecimento ilícito. Ele estava em Potosí, tentando fugir para a Argentina.
De acordo com o Ministério de Governo da Bolívia, Dávila estava sob investigação da agência antidrogas americana, a DEA. "Já solicitamos à Embaixada dos Estados Unidos em La Paz, por meio dos nossos diplomatas, mais informações sobre o caso denunciado pela DEA, o que nos permitirá coletar dados e analisar informações", disse Eduardo del Castillo, ministro de Governo, em coletiva de imprensa neste domingo.
A DEA, contudo, foi expulsa da Bolívia por ordem do ex-presidente Evo Morales, em 2008. A principal base de apoio de Morales é formada por cocaleros, que cultivam a folha de coca, matéria-prima da cocaína e do crack. "Apesar de a DEA ter sido obrigada a se retirar da Bolívia, a agência americana tem conseguido exercer certa influência dentro do país, assim como a Polícia Federal brasileira. Esses fatores contribuíram para a prisão de Maximiliano Dávila", diz o jornalista boliviano Humberto Vacaflor, de La Paz, especialista em narcotráfico.
Dávila deixou o cargo de chefe da Felcn com a renúncia de Evo Morales, em 2019. Após a posse de Luis Arce Catacora, do mesmo partido de Morales, o Movimento ao Socialismo, MAS, Dávila foi nomeado comandante da polícia em Cochabamba. Ao ser detido, ele já tinha se aposentado.
Na prisão de Dávila, há questões políticas envolvidas. "Acho que se trata de uma ação para limpar a imagem de Morales. É um expurgo dentro da polícia", diz o cientista político boliviano Carlos Cordero. "Atualmente, há uma luta entre Arce e Morales pela candidatura presidencial do MAS em 2025. Nessa disputa, o narcotráfico poderá afundar Morales ou limpar sua imagem."
Outro que acabou preso pelo crime que deveria combater é René Sanabria, que chefiou a Felcn en 2007 e 2008. Ele foi preso no Panamá, em 2011, pela DEA. Sanabria despachava contêineres carregados com cocaína de portos chilenos com destino aos Estados Unidos. Na época de sua prisão, o presidente Evo Morales disse que se tratava de um complô contra o seu governo.
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Comentários (1)
Emilio Cêdo
2022-01-25 09:30:38O intriguento Duda-Ibrahim Sued-Teixeira mais uma vez não faz jornalismo, só fofoca contra quem não é do seu time pró-Trump. Mais jornalismo, por favor, sem intrigas e fofocas!!! E julgamentos enviesados... Se o Morales ou qualquer outro nomeia um traficante é quadrilheiro, se prende o traficante está só enganando. Tenha a paciência...