Ex-chanceler faz o que Wajngarten ensaiou fazer, mas não fez: joga a culpa em Pazuello
Desde o início de seu depoimento à CPI, ex-ministro Ernesto Araújo tenta emplacar a tese de que o fracasso internacional do país no enfrentamento à pandemia, principalmente na aquisição de insumos e vacinas, seguiu orientações do Ministério da Saúde, então comandado por Eduardo Pazuello, em 2020. Assim, o diplomata tenta convencer os parlamentares de que...
Desde o início de seu depoimento à CPI, ex-ministro Ernesto Araújo tenta emplacar a tese de que o fracasso internacional do país no enfrentamento à pandemia, principalmente na aquisição de insumos e vacinas, seguiu orientações do Ministério da Saúde, então comandado por Eduardo Pazuello, em 2020. Assim, o diplomata tenta convencer os parlamentares de que foi feito de "bode expiatório" da crise.
"No combate à Covid propriamente dito, onde a definição das estratégias coube primordialmente ao Ministério da Saúde, o Itamaraty atuou para viabilizar as importações de doações, de equipamentos, itens de proteção pessoal e para a execução da estratégia de vacinação", disse Araújo.
"No caso da vacinação, por exemplo, houve uma estratégia definida basicamente pelo Ministério da Saúde, que foi apoiada pelo Itamaraty onde necessário", acrescentou, em resposta a Renan Calheiros, relator da CPI.
O embaixador também tentou se livrar da culpa pelo atraso do Brasil na adesão ao consórcio de vacinas Covax Faciliy, liderado pela OMS. Questionado sobre a baixa quantidade de imunizantes adquiridos por meio da iniciativa – o país poderia ter contratado vacinas suficientes para 50% da população, mas optou por apenas 10% –, ele atribuiu a decisão de novo ao Ministério da Saúde de Pazuello. "Essa decisão não foi do Ministério de Relações Exteriores, foi do Ministério da Saúde", diz.
Como mostrou Crusoé, os emissários do general eram os que mais resistiam à iniciativa multilateral, nas reuniões interministeriais realizadas sobre o tema. Convidado pela OMS em junho, o Brasil só confirmou sua entrada no consórcio em setembro de 2020.
Araújo também transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade pela mobilização de diplomatas brasileiros mundo afora para conseguir insumos para a produção de cloroquina, medicamento ineficaz no combate à Covid-19. "Em função de um pedido do Ministério da Saúde foi que nós procuramos ajudar viabilizar uma importação de insumos para farmacêuticas brasileiras produzirem hidroxicloroquina", apontou.
Ao adotar a estratégia, Ernesto faz o que o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten ameaçou fazer, mas, diante dos holofotes, recuou. A postura do ex-chanceler de jogar a culpa da crise sanitária para o colo de Pazuello eleva a tensão do depoimento do ex-ministro da Saúde à CPI, marcado para quarta-feira, 19.
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Comentários (4)
Gilberto
2021-05-18 22:37:27Enfim, os fatos: o Rei está nú e toda a sua Corte também. Quem manda no governo como o Rei sempre afirmou é ele. Portanto, não busquem culpados porque o culpado é o Rei. Agora a pergunta: como julgar o Rei?! A resposta não pode ser às antigas: cortem a cabeça do Rei na guilhotina. Como evoluímos em civilidade, a resposta deve ser: afastem o Rei do trono e renovem a Corte, digo, o governo...!!
Natalia
2021-05-18 19:30:31Funciona assim: " Filho feio não tem pai". Ainda mais no Palácio do Planalto, atualmente verdadeira "Ilha da fantasia brasileira"! O general entrou mudo e sairá calado, literalmente. E ao final o ônus ficará mesmo com as quase 500 mil vítimas e seus familiares. O Brasil continuará sendo o de sempre, a "Terra sem Lei" tupiniquim, para deleite dos canalhas de sempre.
ARNALDO
2021-05-18 15:53:38Tadinho do Pazuello, mais coisas para explicar amanhã.
PAULO
2021-05-18 14:14:05Lula, o CORRUPTO, é amado e idolatrado pelos petistas e odiado pelos bolsonaristas e brasileiros. Bozo, o GENOCIDA, é amado e idolatrado pelos bolsonaristas e odiado pelos petistas e brasileiros. O general Pazzuelo, o CAPACHO, se já não é, será a maior persona non grata do Brasil. O general Pazzuelo será odiado pelos bolsonaristas, será odiado pelos petistas E SERÁ ODIADO PELOS BRASILEIROS. Se eu fosse o general Pazzuelo, ligaria para o Elon Musk, e já compraria uma passagem para Marte.