Empresa usada para repassar R$ 3 mi à campanha de Serra também serviu a operador do MDB
Uma das empresas suspeitas de ajudar a maquiar o caixa dois para o senador José Serra, do PSDB, também já teria sido usada para distribuir dinheiro ao operador do MDB no Senado, Milton Lyra. Dos 5 milhões de reais repassados a Serra, alvo de buscas e apreensões nesta terça-feira, 3 milhões teriam sido transferidos numa operação...
Uma das empresas suspeitas de ajudar a maquiar o caixa dois para o senador José Serra, do PSDB, também já teria sido usada para distribuir dinheiro ao operador do MDB no Senado, Milton Lyra.
Dos 5 milhões de reais repassados a Serra, alvo de buscas e apreensões nesta terça-feira, 3 milhões teriam sido transferidos numa operação que envolveu a IGS consultoria, citada Lava Jato.
A Operação Paralelo 23, deflagrada nesta terça-feira, 21, nasceu a partir da colaboração de um sócio e amigo de longa data de José Seripieri, fundador da Qualicorp, preso temporariamente. O delator relatou ter sido procurado pelo empresário para ajudá-lo a dissimular doações a diversos candidatos - entre eles, José Serra. Ele teria recebido de Seripieri uma lista de intermediários que viabilizariam os repasses à campanha do então candidato ao Senado, em 2014.
Uma das empresas que teria sido usada foi justamente a IGS Consultoria, que recebeu 12 milhões de reais do colaborador, dos quais um quarto foi destinado à campanha de Serra.
A empresa foi citada pelo advogado Flavio Calazans no âmbito da Operação Lava Jato. Ele disse ter recebido 2,4 milhões de reais da IGS e repassado a contas indicadas pelo lobista Milton Lyra, apontado em diversas investigações como um operador de políticos da alta cúpula do MDB, como ex-presidente do Senado Renan Calheiros.
Calazans voltou a aparecer no famoso inquérito no Supremo Tribunal Federal que resultou na acusação da PGR, em 2018, contra o ex-presidente Michel Temer pelo suposto recebimento de propinas da empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos. À época, ele admitiu ter feito parte de esquemas de lavagem de dinheiro de empresas do setor portuário.
Milton Lyra foi denunciado pela Operação Rizoma, que chegou a levá-lo à prisão em abril de 2018. As investigações o apontam como suposto articulador de desvios do fundo de pensão dos Correios, o Postalis.
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