Diniz identifica operador do filho do presidente do STJ que lhe repassou R$ 2 mi; veja o vídeo
No dia 20 de julho, o ex-presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro Orlando Diniz prestou um depoimento complementar à Lava Jato via videoconferência e deu mais detalhes relacionados ao anexo de sua delação sobre o advogado Eduardo Martins (foto à esq), filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça, o STJ, Humberto Martins (foto à...
No dia 20 de julho, o ex-presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro Orlando Diniz prestou um depoimento complementar à Lava Jato via videoconferência e deu mais detalhes relacionados ao anexo de sua delação sobre o advogado Eduardo Martins (foto à esq), filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça, o STJ, Humberto Martins (foto à dir). No vídeo ao qual Crusoé teve acesso, Diniz identifica a pessoa que atuou como operador de Martins, responsável por lhe repassar 2 milhões de reais em dinheiro vivo.
Os valores teriam origem nos pagamentos de honorários advocatícios da Fecomércio para o escritório de Martins. A devolução da quantia, diz o delator, ficou acordada em uma reunião com o advogado Cristiano Zanin. Embora o acordado tenha sido 4 milhões de reais, o delator explicou que somente 50% foram pagos por Martins por meio de entregas realizadas a partir 2016. A explicação para o início do repasse naquele momento, afirma Diniz, é que “a liminar do STJ foi no final de 2015”.
O intermediário, chamado Diogo Amorim Gaia Duarte, mantém relações societárias com Jamílson Farias, também alvo da Operação E$quema S, e que chegou a ser sócio de Martins na BP Participações. O MPF produziu um documento com as relações de sociedade dos três.
No primeiro depoimento sobre o caso, Diniz explicou como se davam as entregas desses valores “devolvidos” e deu informações sobre o intermediário. À época, entretanto, disse não lembrar do seu nome.
“O colaborador não sabe o nome dessa pessoa, mas se recorda que é um homem alto, com forte sotaque nordestino, que se encontrava com o colaborador em endereços no Leblon, inclusive no prédio do colaborador. Este operador de Eduardo Martins disse, em uma ocasião, já ter sido vereador na sua terra”, disse Diniz à época.
Durante o depoimento, gravado por vídeo (abaixo), depois que foi apresentada a ele uma foto de Gaia Duarte, o operador do filho do presidente do STJ foi prontamente reconhecido:
MPF: O senhor prestou algumas informações em relação ao tema Eduardo Martins, Você falou de uma pessoa que repassava valores ao senhor a mando dele (Eduardo Martins). O senhor deu algumas indicações (...) e nós fizemos alguns levantamentos e chegamos a uma pessoa
MPF: Orlando, o senhor reconhece essa pessoa?
Orlando Diniz: Sim, é ele mesmo, doutor
MPF: O senhor reconhece essa pessoa sem dúvida nenhuma?
Orlando Diniz: Reconheço sim, sem dúvida nenhuma.
MPF: Essa pessoa é a referente no anexo 3 como aquela que a mando de Eduardo Martins devolveu valores para o senhor?
Orlando Diniz: Correto, senhor.
MPF: Para ficar registrado, essa pessoa se chama Diogo Amorim Gaia Duarte.
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Comentários (2)
José
2020-09-26 08:30:54Na chamada dos artigos nos quais registram valores em espeécies, sejam mais explícitos 2 mil, não representa dois milhões.
Bruno
2020-09-26 01:38:32Partindo dos amigos do 9 dedos nenhuma novidade.