Eleição americana será sobre imigração, aponta pesquisa
A imigração ilegal mexe com o humor do eleitor americano mais do que qualquer outro tema. Nesta terça-feira, 27, uma pesquisa do instituto Gallup indicou que a questão é a principal preocupação para 28% dos americanos — é a primeira vez desde 2019 que esta é a principal preocupação dos eleitores. Foi um salto de...
A imigração ilegal mexe com o humor do eleitor americano mais do que qualquer outro tema. Nesta terça-feira, 27, uma pesquisa do instituto Gallup indicou que a questão é a principal preocupação para 28% dos americanos — é a primeira vez desde 2019 que esta é a principal preocupação dos eleitores.
Foi um salto de oito pontos percentuais em um mês, causados principalmente pelo número recorde de casos de pedidos de asilo e de entrada ilegal de imigrantes na fronteira sul. Vindos de todo continente americano mas também de países tão distantes quanto o Afeganistão, a Ucrânia e (cada vez mais) a China, os imigrantes às vezes aguardam em cidades fronteiriças no México, ou então entram no país ilegalmente.
Após a questão da imigração, o governo (20%), a economia (12%) e a inflação (11%) são as principais preocupações.
Em um ano eleitoral, a questão se torna um barril de pólvora. Tanto que nesta quinta-feira, 29, os dois virtuais candidatos à presidência dos EUA em novembro estarão no estado do Texas, focados no mesmo tema. Tanto o ex-presidente Donald Trump quanto o atual presidente Joe Biden visitarão a fronteira do país com o México.
Trump deve falar a apoiadores na cidade de Eagle Pass, às margens do Rio Grande, foco de uma disputa entre o governador do estado e o governo federal. Biden falará em Brownsville, próximo da foz do rio no golfo do México. Lá, ele deve prometer novas medidas para conter a imigração ilegal.
É um movimento raro de Biden, que tem sido enquadrado pela oposição republicana no Congresso sobre o tema. Há duas semanas, a Câmara aprovou o impeachment de Alejandro Mayorkas, responsável pela política de imigração da Casa Branca.
Ele também tentará aliar o tema com uma agenda positiva sua— a economia, que segue de vento em popa. Com um alto número de empregos criados e uma taxa de desemprego abaixo de 4%, a economia americana precisa de mão-de-obra para se manter sustentável. Um levantamento da Comissão de Orçamento do Congresso americano indica que imigrantes ilegais vão gerar 1.7 milhão de empregos apenas neste ano nos EUA, e garantir mais 7 trilhões de dólares no PIB em dez anos.
Pelo lado de Trump, grande parte de sua campanha é focada na questão da imigração. O cientista político Martin Geoffrey Cohen afirmou, em entrevista a Crusoé no mês passado, que culpar os imigrantes continua sendo uma mensagem política vencedora.
"Muitos acham que a fronteira está fora de controle. Além disso, esse problema tem caído na conta do Partido Democrata desde que Biden tomou posse", afirmou Cohen.
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