Eduardo cobra o "pouco ativo" Nikolas
"Causa, de certa maneira, estranheza que ele tem sido pouco ativo em levar essa mensagem adiante", reclamou o deputado federal em entrevista

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma cobrança pública ao colega de Câmara e partido Nikolas Ferreira (PL-MG, foto) durante entrevista concedida nesta sexta-feira, 25.
Questionado, em relação a Nikolas, sobre possíveis rachas na direita no contexto do tarifaço em entrevista à revista Oeste, o filho 03 de Jair Bolsonaro disse o seguinte:
"O Níkolas, a área dele é a comunicação. Ele é, de longe, o maior perfil da rede social entre os parlamentares em número de seguidores. Ele é a voz que é mais escutada. Ele é um cara que sabe os gatilhos e sabe os caminhos para você fazer viralizar um vídeo. Então, na nossa percepção, eu acho que é difícil que ele não tenha a exata dimensão daquilo que está sendo tratado aqui nos Estados Unidos e que isso é vital para nós conseguirmos resgatar a democracia brasileira, porque ela não vai ser resgatada através das ferramentas internas que nós temos no Brasil. Então, causa, de certa maneira, estranheza que ele tem sido pouco ativo em levar essa mensagem adiante."
Histórico
Não é de hoje o ruído entre Nikolas e a família Bolsonaro. O deputado já tinha desagradado os bolsonaristas pela perspectiva de redução da idade para concorrer a cargos no Senado, ao comando de governos estaduais e à Presidência da República.
A assessoria do parlamentar do deputado mineiro divulgou em janeiro uma nota sobre a tramitação de uma PEC que poderia beneficiar o parlamentar em uma eventual disputa em 2026.
Além disso, Nikolas demonstrou apoio ao influenciador Pablo Marçal na eleição municipal de 2024 e posou para foto em março com um influenciador que critica Bolsonaro.
Racha
A perspectiva de que o deputado mineiro pode existir para além do bolsonarismo parece incomodar a família Bolsonaro, principalmente diante da potência de comunicação de Nikolas nas redes sociais.
Depois do anúncio do tarifaço, Eduardo também reclamou publicamente dos governadores de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). No caso do primeiro, por tentar mediar a questão da tarifa adicional de 50%, e, no caso do segundo, por criticar diretamente a atuação do deputado federal nos Estados Unidos.
"Eu achava que teria mais respaldo"
"Eu não acho Nicolas uma pessoa mal intencionada, mas eu confesso que eu achava que teria mais respaldo", lamentou-se Eduardo na entrevista desta sexta.
"Isso não depende de uma conversa minha com ele, né? Depende da própria ação dele. Quando ele, por exemplo, colocou aquela peruca e fez um discurso que viralizou no Congresso, na Câmara dos Deputados, ele recebeu uma reprimenda do Arthur Lira, então presidente [da Câmara]. Eu fui contra o Arthur Lira, eu coloquei o vídeo dele adiante. Aqui nos Estados Unidos, antes da eleição do Trump, eu fui uma das visitar o Trump, eu convidei o Nikolas. O que eu estou querendo dizer é o seguinte: da minha parte não tem problema nenhum, tá? Eu acho Nikolas um excelente deputado federal, mas realmente nesse ponto eu acho que eu, enquanto colega parlamentar dele, poderia estar até falando muito mais dele, caso ele estivesse mais engajado naquilo que a gente está fazendo aqui", reclamou o filho de Bolsonaro, seguindo nos lamentos:
"Eu sei que, para quem está no Brasil, os riscos são outros, os perigos são outros. Não estou falando que ele está com receio de fazer nada porque está debaixo do guarda-chuva aí do Alexandre de Moraes, mas não sei. Uma pergunta que talvez valha, vale a pena ser feita para ele, né? Mas o que eu posso dizer é que os braços estão abertos para todo mundo."
"Eu me contenho em fazer críticas a colegas parlamentares, mas, de fato, o Paulo Figueiredo, ele expressa uma insatisfação que é uma insatisfação de muitos. Se o Nicolas pudesse ser mais ativo nas redes sociais, eu acho que isso daí ajudaria muito, até mesmo o nosso trabalho aqui", finalizou Eduardo.
Coincidência ou não, Nikolas fez uma postagem em seu perfil no X sobre as reclamações de Lula de que os Estados Unidos não querem conversar com o vice-presidente Geraldo Alckmin, para convocar para manifestação em 3 de agosto:
"Achei que era só o Lula tomar uma cerveja num bar que ia resolver… Eles vão quebrar o Brasil. 03.08 - Fora Lula e Moraes."
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