Edmundo González fala em tomar posse na Venezuela em janeiro
O opositor se exilou no país no início de setembro após o regime chavista ameaçar expedir um mandado de prisão
Líder opositor que disputou as eleições presidenciais da Venezuela em julho contra o ditador Nicolás Maduro, Edmundo González (foto) afirmou que voltará do exílio para tomar posse como"presidente eleito" em janeiro.
"Voltarei à Venezuela o mais rápido possível, quando restaurarmos a democracia em nosso país... Vou tomar posse como presidente eleito no dia 10 de janeiro", disse González a jornalistas na Espanha na sexta-feira, 4 de outubro.
O opositor se exilou no país no início de setembro após o regime chavista ameaçar expedir um mandado de prisão em seu nome.
Alerta que levou González ao exílio
O líder opositor venezuelano Edmundo González (foto) relatou em 20 de agosto que havia sido avisado do risco de detenção arbitrária pelo regime de Nicolás Maduro antes de ser buscar exílio na Espanha.
"Um agente de segurança que trabalhava comigo me puxou de lado para dizer que havia recebido informações de que os órgãos de segurança estavam indo atrás de mim e que era melhor buscar refúgio", disse González em entrevista à agência de notícias Reuters.
"Eu poderia ter me escondido, mas precisava estar livre para poder fazer o que estou fazendo, transmitindo ao mundo o que está acontecendo na Venezuela, fazendo contatos com líderes mundiais", acrescentou.
O exílio de González
Candidato da oposição na votação de 28 de julho, Edmundo González deixou a Venezuela em 7 de setembro, com destino à Espanha após solicitar asilo político ao país europeu.
Como mostrou O Antagonista, ele ficou abrigado em segredo na Embaixada da Holanda em Caracas durante mais de um mês antes de se esconder na residência do embaixador espanhol.
O ministro holandês das Relações Exteriores, Caspar Veldkamp, afirmou no domingo, 8, que decidiu atender a um pedido “urgente” da oposição no dia seguinte às eleições para acolher Edmundo “o tempo que fosse necessário”.
A declaração do ministro consta de carta enviada ao Parlamento do país europeu. O documento relata que González optou por deixar a Embaixada da Holanda e “continuar a sua luta a partir da Espanha”.
A Procuradoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo, anunciou em 2 de setembro que um tribunal expediu um mandado de prisão contra Edmundo González.
O diplomata foi intimado para prestar depoimento sobre a apuração paralela das eleições de 28 de julho. Segundo a oposição, González venceu o ditador Nicolás Maduro com cerca de 70% dos votos.
“Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o Presidente Eleito apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González”, escreveu María Corina sobre o mandado de prisão.
Leia em Crusoé: Avança a repressão na Venezuela
Compromisso humanitário
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, recebeu o líder opositor venezuelano Edmundo González no Palácio La Moncloa em 12 de setembro.
Esse foi primeiro encontro entre os dois desde que o governo espanhol concedeu asilo ao venezuelano, que enfrenta mandado de prisão do regime de Nicolás Maduro.
“Dou calorosas boas-vindas a Edmundo González em nosso país, a quem damos as boas-vindas, demonstrando o compromisso humanitário e a solidariedade da Espanha com os venezuelanos", escreveu Sánchez na rede social X, que completa duas semanas suspensas no Brasil em 14 de setembro.
“A Espanha continua a trabalhar a favor da democracia, do diálogo e dos direitos fundamentais do povo irmão da Venezuela”, acrescentou.
De sua parte, González agradeceu o acolhimento da Espanha, que concedeu asilo à sua esposa.
Uma das filhas do casal, Carolina, reside no país há 10 anos. Ela também participou da agenda com primeiro-ministro espanhol.
Em comunicado, González também elogiou a atuação do governo Sánchez: “Manifestei o nosso reconhecimento pelo seu interesse em trabalhar pela recuperação da democracia e do respeito pelos direitos humanos no nosso país. Da mesma forma, reafirmei minha determinação em continuar a luta para fazer cumprir a vontade soberana do povo venezuelano expressa em 28 de julho por mais de oito milhões de eleitores”.
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