ReproduçãoEdmundo González Urrutia - Foto: Reprodução de Vídeo

Edmundo González é intimado a depor por MP de Maduro mais uma vez

26.08.24 15:03

O Ministério Público da Venezuela, chefiado pelo procurador-geral de Nicolás Maduro, Tarek William Saab, intimou mais uma vez o candidato da oposição, Edmundo González, a depor sobre a publicação das atas eleitorais que comprovam a derrota do ditador venezuelano no site https://resultadosconvzla.com/.

González havia sido convocado a prestar depoimento nesta segunda-feira, 26, mas não compareceu. Agora, ele deverá comparecer ao Ministério Público na terça, 27, às 10h, no horário local.

No domingo, 25, González criticou a promotoria de Maduro pela convocação.

“O Ministério Público pretende submeter-me a entrevista sem especificar em que condições devo comparecer e pré-qualificar crimes não cometidos”, afirmou.

“O procurador-geral da República se comportou reiteradamente como um acusador político, condena antecipadamente e agora impulsiona uma convocação sem garantias de independência e do devido processo”, acrescentou.

O opositor também disse que Maduro precisa entender que “a solução não está na repressão, mas sim na verificação internacional e independente das atas”, a qual não pode ser substituída pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça [TSJ, na sigla em espanhol] da Venezuela.

Leia mais: Missão da ONU sobre atas da oposição: “Muito difíceis de falsificar”

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou a convocação de Edmundo González no X.

“Repudio e condeno a ‘convocação’ do procurador-geral da Venezuela a
Edmundo González para testemunhar sobre supostos crimes. Esta convocação não oferece garantias, é típica de suas ações caracterizadas pela perseguição política e pela violação sistemática dos direitos humanos. As ações do procurador-geral e do sistema judicial continuam sendo fundamentais para a repressão e opressão políticas.”

Juiz do CNE diz não haver evidências da vitória de Maduro

 

Como mostramos, Juan Carlos Delpino, um dos membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, disse pela primeira vez publicamente que “não há evidências” de que Nicolás Maduro tenha vencido as eleições presidenciais de 28 de julho. O integrante da corte responsável por totalizar e apurar os votos — um dos dois não alinhados com o ditador Maduro — deu as declarações ao jornal The New York Times.

Segundo Delpino, ao declarar que Maduro foi eleito sem nenhuma evidência, o CNE teria “falhado com o país”, o que lhe causaria remorso. “Estou envergonhado, e peço perdão ao povo venezuelano”, disse o membro do CNE ao Times. “Porque o plano que foi costurado — de celebrar eleições aceitas por todos — não foi alcançado.”

Ele deu as declarações, segundo a publicação, escondido por medo de represálias.

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