E se o Brasil fechasse o Ministério da Educação?
O presidente americano Donald Trump acaba de nos dar uma ótima ideia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), assinou um decreto na quinta, 20, para tentar fechar o Departamento de Educação.
A medida ainda depende da aprovação do Congresso, mas seria uma ótima ideia para o Brasil.
O objetivo de Trump é deixar as políticas escolares quase que totalmente nas mãos dos cinquenta estados da federação.
Federalismo para conter o poder central
O Departamento de Educação americana funciona como o Ministério da Educação no Brasil, determinando políticas em nível nacional.
Contudo, quando a Constituição americana foi aprovada, em 1788, havia uma clara intenção de impedir que a União assumisse esse papel.
Nos textos publicados em jornais de Nova York para convencer a população a apoiar a aprovação da Carta (e que mais tarde foram compilados nos Artigos Federalistas, escritos por John Jay, Alexander Hamilton e James Madison), há uma preocupação constante em impedir que a União tivesse poderes demais.
Os americanos tinham acabado de se desvencilhar da monarquia britânica, sob o reinado de George III, e buscavam um sistema inédito em que a população governaria a si própria, sem autoritarismo de qualquer tipo.
Uma das maneiras de conter o poder centralizado na União foi o federalismo, com os estados mantendo muito da autonomia que já tinham como integrantes de uma confederação, formada após a Declaração de Independência.
Para a União, ficariam apenas as funções ligadas à assinatura de tratados com o exterior, a defesa no caso de guerra e regular o comércio com outros países.
Os estados ficaram encarregados de todo o resto, como tocar o dia a dia da gestão e atender aos reclamos diversos da população.
Contudo, ao longo de seus quase 250 anos de história, o poder foi se concentrando no Executivo federal.
Trump prometeu ir contra isso em suas duas campanhas, de 2016 e 2024, prometendo "drenar o pântano" de Washington.
A decisão de fechar o Departamento de Educação é um passo nesse sentido.
Dança erótica no Maranhão
O Brasil poderia muito bem se inspirar na canetada de Trump.
Após a decretação da República, em 1822, o Brasil adotou o presidencialismo e o federalismo, copiando o modelo americano.
Mas, por aqui, as sucessivas constituições centralizaram no governo federal as principais políticas educacionais.
O Brasil, por exemplo, tem universidades federais, algo que não acontece nos Estados Unidos.
Mas há um evidente descompasso entre as políticas educacionais ditadas em Brasília e as necessidades dos estados.
Estados pobres sustentam universidades com cursos de elite, cujos diplomados nada têm para contribuir ao seu entorno.
Um exemplo disso é a dança erótica na Universidade Federal Maranhão (UFMA), que custou 78 mil reais aos cofres públicos.
A apresentação ocorreu durante a mesa-redonda "Dissidências de Gênero e Sexualidades".
E tudo isso no Maranhão, o estado mais pobre do Brasil.
Bem-vindes aos alunes gaúches
Na semana passada, a reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marcia Barbosa, saudou os novos alunos em linguagem neutra: "Sejam bem-vindos, bem-vindas e bem-vindes".
Seria muito melhor deixar que os governos estaduais decidissem como gastar o orçamento de educação.
Além de conhecer as próprias necessidades, os governos estaduais estão mais próximos da população, que poderia exercer um controle maior sobre o destino dos recursos.
Com o MEC decidindo quase tudo hoje em Brasília, esse controle social praticamente não existe.
Trump acaba de dar uma ótima ideia ao Brasil.
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Comentários (2)
Andre Luis Dos Santos
2025-03-21 15:13:15Excelente ideia! Entretanto, por favor corrija o ano da proclamação da república. Foi 1889, nao 1822 (1822 foi a independência, não?).
MARCOS
2025-03-21 14:32:57ÓTIMA IDEIA. JÁ QUE O MOTIVO É INEFICIÊNCIA, APROVEITAMOS E FECHAMOS O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA TAMBÉM.