E o visto americano do Alexandre Padilha?
Ministro da Saúde admitiu em publicação nas redes sociais que os dois funcionários do governo brasileiro punidos estavam sob seu comando

O Departamento de Estado americano revogou vistos de dois funcionários do governo brasileiro que participaram do programa Mais Médicos, o qual permitiu a escravidão de médicos cubanos em território brasileiro durante o governo de Dilma Rousseff.
Mas o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não foi citado na nota do Departamento de Estado, assinada pelo secretário Marco Rubio.
Padilha era o ministro de Saúde na época da criação do Mais Médicos, em 2012 e 2013.
Os dois funcionários que tiveram os vistos revogados, Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, estavam sob sua supervisão.
Na quarta, 13, Padilha admitiu que estava no comando dos dois brasileiros.
"O Mais Médicos, assim como o Pix, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira. Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman", escreveu Alexandre Padilha.
"Neste governo atual, em 2 anos, dobramos a quantidade de médicos no Mais Médicos. Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde. Seguiremos firmes em nossas posições: saúde e soberania não se negociam. Sempre estaremos do lado do povo brasileiro", segue a publicação do ministro.
Opas
De acordo com telegramas diplomáticos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo, Padilha participou diretamente das tratativas sigilosas em Cuba, em dezembro de 2012.
A Organização Panamericana de Saúde, Opas, foi chamada para participar do Mais Médicos para evitar que o acordo com Cuba necessitasse de aprovação do Congresso.
Mas, como a sede da Opas fica em Washington, nos Estados Unidos, havia o medo de que os recursos fossem bloqueados em algum momento.
A ideia de Padilha, então, foi a de que os recursos fossem transferidos entre os escritórios da organização, sem passar pelos Estados Unidos.
Quem também ficou de fora das sanções foi a ex-presidente Dilma Rousseff, que atualmente dirige o Banco do Brics.
Trabalho forçado
Leia a íntegra do comunicado assinado por Marco Rubio:
"Hoje, o Departamento de Estado tomou medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares por sua cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano no programa Mais Médicos. Esses funcionários foram responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado. Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais."
"Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, esses funcionários usaram a Opas como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos trabalhadores médicos cubanos. Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa."
"O Departamento revogou os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, ambos trabalharam no Ministério da Saúde do Brasil durante o programa Mais Médicos e desempenharam um papel no planejamento e na implementação do programa. Nossa ação envia uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização daqueles que viabilizam o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano."
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)