Dodge denuncia conselheiro do TCE-RJ por atrapalhar investigação sobre Marielle
A procuradora-geral da República Raquel Dodge (foto) anunciou em seu último dia à frente do órgão, nesta terça-feira, 17, que denunciou no Superior Tribunal de Justiça o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão, por atrapalhar a investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista...
A procuradora-geral da República Raquel Dodge (foto) anunciou em seu último dia à frente do órgão, nesta terça-feira, 17, que denunciou no Superior Tribunal de Justiça o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão, por atrapalhar a investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Dodge acrescentou que foi instaurado um inquérito para apurar se Brazão foi o mandante do assassinato.
A denúncia também acusa um ex-funcionário de Brazão, uma advogada e um delegado da Polícia Federal de atuarem com o conselheiro afastado do TCE do Rio para desviar o foco da investigação sobre o atentado. "Verificamos que há uma inércia e uma dificuldade em investigar e elucidar quem são os mandantes", justificou a procuradora.
Dodge informou que recebeu na segunda-feira, 16, o inquérito da Polícia Federal que a levou a apresentar a denúncia contra o grupo suspeito de tentar interferir nas investigações sobre o caso Marielle. Em sua gestão, a procuradora já foi cobrada por deixar investigações paradas e demora em apresentar denúncias à Justiça.
Brazão foi preso e afastado do TCE em março de 2017 com outros quatro conselheiros, na Operação Quinto do Ouro. Os cinco foram acusados de receberem propinas para não fiscalizarem obras e o uso de verbas públicas do governo do estado. Em junho, tornou-se réu pelas acusações no Superior Tribunal de Justiça, com os outros conselheiros.
Antes de assumir o cargo no tribunal de contas, Brazão foi vereador e deputado estadual no Rio de Janeiro, com uma carreira sempre relacionada às milícias da zona oeste da capital fluminense. O conselheiro foi acusado de matar o vizinho em março de 1987, tendo sido inocentado por legítima defesa em 2002.
O anúncio da denúncia foi feito pela procuradora em uma entrevista concedida nesta tarde para divulgar os dados de sua gestão. Dodge informou que celebrou 19 acordos de colaboração premiada no Supremo Tribunal Federal e no STJ, e apresentou 64 denúncias nas duas cortes superiores.
Ela acrescentou que foram abertos 95 inquéritos, 26 deles relacionados à Lava Jato. No entanto, foram solicitados 265 arquivamentos no tempo em que Dodge esteve à frente da PGR. Foi o pedido de arquivamentos de trechos da delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro que causou a renúncia coletiva de integrantes da equipe de Dodge que atuavam nos casos da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República.
"Na minha gestão, fiz questão de manter o sigilo sobre a colaboração para dar cumprimento exato à lei. E saibam todos que na minha gestão não houve vazamento", disse a procuradora-geral.
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Comentários (10)
Rizia
2019-09-18 14:01:50Já vai tarde Raquel. Adeus, que venham procuradores melhores. E as togas (queiram vocês ou não) serão lavadas.
Laerte
2019-09-18 12:30:34Aquela mulher que assumiu a PGR não é a mesma ao sair! Dodge deve ter saboreado o poder e gostado, mas isso não lhe permite usar seu último dia para desengavetar procedimentos que poderia ter feito no período correto! Não deixará saudades, é matéria!
Newton
2019-09-18 11:39:09Essa procuradora depois de verificar que não seria reconduzida no cargo, de um momento para outro decidiu "mostrar serviço" e atirar em todas as direções, talvez querendo agradar a esquerda caviar. Vai tarde Miss Dodge, tenha a certeza que não fará nenhuma falta. Obs: não estou questionando as suspeitas que ela levantou na reportagem em tela.
Laonte
2019-09-18 11:02:55Que mulher sem vergonha, poderia sair quietinha mas mostrou que é esquerdista logo na saída.
Bevi
2019-09-18 10:59:23A bem da isonomia, todos os casos envolvendo políticos e autoridades públicas vitimados por assassinatos e tentativas de homicídio podem e devem ter o mesmo tratamento, como é curial. A PGR, sob esse aspecto não pode nem deve ser omissa. Por outro lado, o arquivamento de trechos de colaborações incentivadas é injustificável, cabendo à PGR desarquiva-los de imediato, a bem da justiça, da imparcialidade e independência no trato dessas graves questões.
Paschoal
2019-09-18 09:39:17Tanta onda no caso da Marielle... e o caso do tal de Bispo que esfaqueou o Capitão ? Tem alguém preocupado ? Como está o caso ? Já pegaram os mandantes ?
ANTONIO
2019-09-18 09:21:15Isso é incrivel, esta senhora esteve por dois anos frente a procuradoria e só agora aos 45 do segundo tempo, faz isso......o janot!!!!!!
Orlando
2019-09-18 08:30:15interessante, ela sentou em cima dos inquéritos da lava jato, como reclamou o Ministro Fachin, mas da mariele recebeu na segunda e já tomou providências. Muito estranho o procedimento dessa senhora que não vai deixar saudades na PGR e no povo brasileiro
Joséf
2019-09-18 01:54:31Porque ela não fez está acusação há mais tempo? Não teve coragem, pois deixou para o último dia?
Drusius
2019-09-18 00:48:4495 inquéritos e 265 arquivamentos. Essa a matemática do engodo. Em cada um desses arquivamentos, os policiais e procuradores que trabalharam e investigaram, terão sido tão ineficientes assim? Em média,nas varas criminais de qualquer foro, nem perto de 2% de inquéritos são rejeitados pelo MP e muito menor é o número de denúncias rejeitadas. E dos 95, 27% eram da Lava Jato. Não precisa pensar muito para ver de que lado essa senhora sempre esteve. E a denúncia furada contra JB, não será esquecida.