Doações eleitorais e caixas de vinho usadas para pagar propinas na Paraíba
Delatores da Operação Calvário -- Juízo Final (foto), deflagrada na manhã desta terça-feira, 17, apontam formas variadas de pagamento de propina ao ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho e a outros integrantes da organização que desviava recursos da saúde e da educação no estado. As vantagens indevidas eram repassadas em embalagens de vinho vazias, caixas de...
Delatores da Operação Calvário -- Juízo Final (foto), deflagrada na manhã desta terça-feira, 17, apontam formas variadas de pagamento de propina ao ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho e a outros integrantes da organização que desviava recursos da saúde e da educação no estado. As vantagens indevidas eram repassadas em embalagens de vinho vazias, caixas de plástico entregues na Granja Santana, residência oficial do governador, e com hospedagem em hotel de luxo e outras facilidades no carnaval do Rio.
Segundo informações da força-tarefa da operação, composta pelo Ministério Público da Paraíba, pela Polícia Federal, pela Controladoria-Geral da União e pelo Ministério Público Federal, o governo da Paraíba gastou mais de 2,1 bilhões de reais com a contratação de organizações sociais supostamente envolvidas no esquema. De acordo com os investigadores, a propina aos acusados somaria pelo menos 70 milhões de reais.
Em 2012, Coutinho teria recebido transporte e motorista no carnaval do Rio de Janeiro, além de uma hospedagem em um hotel de luxo em Búzios, segundo o delator Daniel Gomes. Ele gravou conversas com Ricardo Coutinho, entregues à PF, em que a dupla trata do pagamento de uma propina mensal de 360 mil reais. “Me diz uma coisa, aquela contribuição tá sendo repassada?", questiona Coutinho, no diálogo. “Eu tô com 800 em aberto", responde Daniel Gomes.
Só no Hospital do Trauma, gerido por uma das organizações sociais envolvidas no esquema, o pagamento de propina chegaria a 20 milhões de reais, segundo os investigadores. Com a soma dos repasses mensais das propinas da Cruz Vermelha e da organização social IPCEP, Ricardo Coutinho teria à sua disposição uma renda mensal de aproximadamente 500 mil reais, o que, em cinco anos, poderia totalizar 30 milhões em vantagens indevidas, calcula a força-tarefa.
A delatora Livânia Farias afirmou aos investigadores que era comum a entrega de caixas de dinheiro na Granja Santana, residência oficial do governador. Em um dos relatos, ela diz ter comprado duas caixas de vinho para guardar 500 mil reais em cada embalagem. A reportagem não localizou a defesa do ex-governador.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (5)
Nair
2019-12-17 19:16:16Pior que tudo isso: se esse corrupto se candidatar é eleito em primeiro turno pra governador do Estado da Paraíba. Pobre povo desinformado. Que vende seu voto. Que acredita nesses bandidos. Que contesta a verdade, se um dia esta chegar aos seus ouvidos. Como mudar isso?
Gastão
2019-12-17 16:27:37Só pena de morte ou prisão perpétua resolve. Nova Constituinte JÁ.
Vinicius
2019-12-17 14:27:29A que ponto chegar esses corruptos! Usaram nessa trama uma entidade de nome internacional que é a Cruz Vermelha. Seria um crime perfeito se não houvesse delação. Parabéns a todos os envolvidos em desmantelar essa quadrilha. 40 anos de cana é pouco para essa gentalha. Quantas vidas essa grana da Cruz Vermelha poderiam ter sido salvas?
Maria
2019-12-17 14:10:47O "modus operandi" comunista é sempre o mesmo! Caixas, malas, meias, cuecas kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Orchidea
2019-12-17 14:03:53Um Estado pobre ,com a população necessitando de assistência e esses criminosos se locupletando com o dinheiro roubado dos impostos .