Divulgação de acordo penal pressiona presidente do Legislativo no PR
Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná há oito anos, Ademar Traiano (PSD; foto) era visto como uma figura quase inatingível dentro do jogo de poder político do estado. Seu voo de cruzeiro, no entanto, passa por forte turbulência: no último final de semana, reportagens do G1 e do portal Plural mostraram que o deputado estadual...
Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná há oito anos, Ademar Traiano (PSD; foto) era visto como uma figura quase inatingível dentro do jogo de poder político do estado. Seu voo de cruzeiro, no entanto, passa por forte turbulência: no último final de semana, reportagens do G1 e do portal Plural mostraram que o deputado estadual confessou ter pedido 300 mil reais em propina de um veículo de comunicação.
A semana do parlamentar até começou com uma vitória. Ele conseguiu uma liminar para que os veículos tirassem do ar uma matéria sobre a delação premiada feita por Vicente Malucelli, empresário dono da TV Icaraí. Malucelli foi quem denunciou Traiano de pedir dinheiro. A empresa havia vencido uma licitação de 11,4 milhões de reais para gerir a parte de produção de conteúdo da Assembleia e, temendo que o contrato não fosse renovado, a família Malucelli topou pagar aos parlamentares.
Durante a semana, a decisão judicial foi revista. Novamente autorizados, os veículos ampliaram a cobertura sobre a delação. Na quinta-feira, 7, a OAB pediu o impeachment do parlamentar.
O valor que foi recebido por Traiano foi pago em dinheiro vivo e em seu apartamento em Curitiba. Ele e um ex-deputado, Plauto Mirió admitiram que pediram a propina para "financiar campanha" — mesmo tendo ainda cerca de três anos de mandato pela frente. O pagamento, que acabou fixado em 200 mil reais, foi feito em duas parcelas de 100 mil reais para cada deputado.
O empresário encaminhou à Polícia Federal áudios que comprovariam a participação da dupla de parlamentares no esquema. Traiano em um primeiro momento negou participação na questão mas, quando confrontado com as gravações, confessou nos autos o pedido.
Os documentos foram apresentados por Renato Freitas (PT), deputado que respondia a um pedido de cassação no Conselho de Ética por chamar Traiano de "ditador". O caso foi resolvido essa semana com a punição de uma simples advertência a Freitas.
Nesta quinta-feira, antes do pedido de impeachment da OAB, Traiano disse, privadamente, que não renunciará ao cargo apesar dos pedidos dos próprios parlamentares. Durante a sessão, no entanto, que não comentaria o caso. “Com muita serenidade, paz de espírito, tranquilidade, quero informá-los que devido as notícias veiculadas neste final de semana, digo a todos vocês que não farei nenhum pronunciamento, não darei nenhuma entrevista, porque esse tema está em segredo de Justiça", comentou.
E foi obrigado a ouvir críticas de todos os lados, incluindo o próprio petista, que discursou sobre o presidente. "Pois bem, corrupto é", disse o deputado em primeiro mandato.
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Comentários (2)
ADRIANO
2023-12-09 16:01:28Malandro! Tá esperando o que pra sair?!?
Marcia Elizabeth Brunetti
2023-12-09 10:24:12Traiano é um funcionário público, político, que ganha seu polpudo salário e mais benesses, mas a ganância é maior. Que seja enfim impichado, mas continuo lembrando do Renato Freitas, que também deveria ter sido posto para a rua por suas intervenções truculentas, típicas de petistas. Mas, a vida do político, funcionário público é uma festa mesmo.