Discurso de equilíbrio fiscal de Lula não convence, indica pesquisa
Governistas alardeiam números positivos, impulsionados pelos gastos irresponsáveis do governo, mas a população já percebeu que o caminho não é bom
Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg publicada na sexta-feira, 10, apontou o pior nível de aprovação do governo Lula (foto) e deu algumas indicações de por que a popularidade do petista vem piorando ao longo do mandato, no que diz respeito à economia.
Os governistas alardeiam os números positivos da economia brasileira, impulsionados pelos gastos irresponsáveis do governo Lula, mas a população brasileira já percebeu que as coisas não estão indo por um caminho bom, sugere a pesquisa.
Apenas 27% dos 2.873 ouvidos de 26 a 31 de dezembro de 2024 consideram ótimo o "combate à inflação" do governo, enquanto 40% o classificaram como péssimo e 7% como ruim.
Inflação
Na sexta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano com alta acumulada de 4,83%, fora do teto da meta de inflação, que é 4,5%.
Parte dessa alta se explica pelos gastos irresponsáveis do governo Lula, que não consegue conter as despesas dentro do próprio arcabouço fiscal. Não por acaso, 45% dos brasileiros consideram o equilíbrio fiscal do governo péssimo.
Sempre que pressionado, Lula faz acenos em prol da responsabilidade fiscal, com na ocasião em que gravou um vídeo, na última semana de 2024, para celebrar Gabriel Galípolo, seu indicado para presidir o Banco Central.
Promessas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também vive refazendo as promessas, mas o discurso não parece o suficiente para convencer a população — e nem o mercado — do compromisso com o equilíbrio fiscal.
Ironicamente, Haddad só conseguiu agradar à população ao apresentar a promessa de isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, cuja apresentação misturada ao pacote fiscal iniciou a disparada do dólar para mais de 6 reais.
Segundo a pesquisa da AtlasIntel, que foi feita em parceira com a Bloomberg e tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, "82% avaliam que a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais foi uma boa medida".
E agora?
"No entanto, apenas 30,5% declaram que essa medida impactou de maneira positiva a avaliação sobre o desempenho do governo", pondera o instituto.
Provavelmente, o baixo impacto para a popularidade do governo Lula se justifica pelo fato de que isso se trata apenas de uma promessa, e apenas para 2026.
O problema é que Lula já gastou até o que não podia do dinheiro arrecada da população para tentar se reabilitar após a prisão na Lava Jato, e a aclamação popular não veio.
O governo trata tudo como um problema de comunicação e mudou até o ministro responsável pela área, na expectativa de melhorar a aprovação do presidente.
Ou Sidônio Palmeira faz alguma mágica ou Lula terá de dar um improvável cavalo de pau para não levar o país para o buraco enquanto tenta limpar a própria barra.
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