Deputados defendem desembargador flagrado com trabalhadora escrava em SC
As acusações contra o desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, flagrado na semana passada com uma trabalhadora surda e muda em condições análogas à escravidão, repercutiram na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Os parlamentares, no entanto, defenderam o magistrado das acusações. O deputado Ivan Naatz (PL) chamou a questão...
As acusações contra o desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, flagrado na semana passada com uma trabalhadora surda e muda em condições análogas à escravidão, repercutiram na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Os parlamentares, no entanto, defenderam o magistrado das acusações.
O deputado Ivan Naatz (PL) chamou a questão de "acusação, entre aspas, de trabalho escravo" e de "abuso de apontar o dedo". O parlamentar criticou o trabalho do Ministério Público e da imprensa e defendeu reserva no caso e à família — a quem chamou de "gente íntegra".
"A acusação vem da rede social, o pré-julgamento vem da rede social, o pré-julgamento vem do grupo de amizade e dos colegas de trabalho. E convivendo com toda a família Borba eu sou testemunha que a senhora era tratada como um membro da família e não como uma empregada", disse. "Se alguma coisa aconteceu de irregular, não tenho dúvida que foi por despercebido ou excesso de zelo — mas jamais como uma ação análoga a escravo [sic]."
Já Antídio Lunelli (MDB; foto) atacou o Ministério Público, que promoveu a denúncia contra o desembargador.
“Estamos vivendo um momento em que a Internet, as fake news, tudo é muito delicado, acontece muito no setor público, as pessoas são julgadas, colocadas na primeira página do jornal e depois de anos de processo se constata que não era nada daquilo que foi colocado. Precisamos realmente mudar as ações e as atitudes do próprio Ministério Público... Não podemos simplesmente acabar com a vida de um cidadão, de um prefeito, de um empresário, da maneira como está sendo feita hoje”, disse.
Mesmo um deputado do PT saiu em defesa do magistrado: "Se pegar pelo simples fato de que o processo estava sob segredo de Justiça, mas como a imprensa estava junto, então já não estava mais sob segredo", disse Fabiano Da Luz.
(Após a publicação da reportagem, a assessoria do deputado indicou que ele foi mal informado do tema ao se manifestar. "Após ter conhecimento de mais informação, reforça que seu comentário foi um grande equívoco. Por fim, afirma que é contra qualquer tipo de crime, principalmente aqueles que ferem diretamente os direitos humanos", pontuou)
A trabalhadora encontrada na casa do desembargador era surda e muda, estava impedida do convívio social e não tinha registro em carteira — denúncias apontavam que ela estava submetida a jornadas exaustivas e degradantes na casa do magistrado. Após as acusações, ele disse que ela era "membro da família" e que irá colocá-la na herança.
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Comentários (2)
Sônia Adonis Fioravanti
2023-06-16 13:18:38Mar ginais unidos e agora serão protegidos pela lei Que vai proteger MARGI NAIS politicamente expostos
Adriano
2023-06-15 17:31:00Gente da pior espécie. O honrado povo de SC não sente o cheiro da fedentina da ALSC não????