Deputado no PR é investigado por promover operação falsa na Polícia
A Polícia Civil do Paraná investiga se o deputado estadual Tito Barrichello (União Brasil; foto) conduziu uma operação policial falsa, com um mandado de prisão falso, para um vídeo de promoção em suas redes sociais. Na falsa operação, o parlamentar —que é um delegado de polícia licenciado— aparece de fuzil nas mãos e vestindo um...
A Polícia Civil do Paraná investiga se o deputado estadual Tito Barrichello (União Brasil; foto) conduziu uma operação policial falsa, com um mandado de prisão falso, para um vídeo de promoção em suas redes sociais.
Na falsa operação, o parlamentar —que é um delegado de polícia licenciado— aparece de fuzil nas mãos e vestindo um colete à prova de balas com o símbolo da Polícia Civil do Paraná. Todo o teatro foi transmitido ao vivo pelas suas redes sociais, seguida por 680 mil pessoas.
A história, no entanto, tem detalhes que não apenas não fecham como são cômicos. Há carros que não fazem parte da corporação envolvidos na operação — um deles era o veículo particular do deputado munido de um giroflex (o que é proibido), e outro tinha apenas um adesivo escrito "caveirão" no vidro traseiro. Além disso, Tito Barrichello está licenciado e não poderia nem fazer a operação, nem gravá-la ao vivo.
Ele estaria cumprindo um mandado de prisão contra uma pessoa, acusada pelo deputado estadual de tentar matar o advogado Igor José Ogar. O mandado existe, mas por questões que não envolvem ameaças de morte.
Outra figura envolvida no caso é a também delegada Tathiana Guzella, esposa de Tito. Ela também está licenciada — pois atua no gabinete do deputado federal Felipe Francischini (União-PR) — e estaria impedida de atuar.
Por isso, a Polícia Civil indicou nesta segunda-feira, 25, que "nenhuma das operações realizadas era de conhecimento ou possuía a anuência da Polícia Civil", e iniciou um inquérito sobre o caso.
No domingo, 24, o parlamentar —que se apresenta como "Delegado Xerifão" e já ameaçou prender a funkeira MC Pipokinha— publicou um vídeo com sua esposa onde se definem como "policiais 24h, e jamais iremos prevaricar". Ele ainda disse que promoveu a "operação" a pedido de um líder religioso, amigo seu, contra o que seria um crime de feminicídio.
E aí ele volta a confundir as coisas, indicando que foi averiguar os fatos como deputado — mesmo que estivesse vestido e atuando como delegado. "Eu não sou covarde, porque eu tenho mandato, fui eleito por vocês", continuou "e eu jamais vou deixar de agir."
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