Depois de polêmica com Pompeo, Casa Civil quer ser avisada de visitas à Operação Acolhida
A Casa Civil distribuiu um ofício aos ministérios com recomendações expressas sobre visitas às instalações da Operação Acolhida, em Roraima. No documento, o Planalto pede que “visitas de alto nível político e estratégico, nacionais ou internacionais, de setores públicos ou privados, sejam previamente informadas e coordenadas com a Casa Civil da Presidência da República”. Dez...
A Casa Civil distribuiu um ofício aos ministérios com recomendações expressas sobre visitas às instalações da Operação Acolhida, em Roraima. No documento, o Planalto pede que “visitas de alto nível político e estratégico, nacionais ou internacionais, de setores públicos ou privados, sejam previamente informadas e coordenadas com a Casa Civil da Presidência da República”.
Dez chefes de gabinete ministeriais receberam o expediente, mas a maioria ali sabia que o principal destinatário da orientação era o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Em setembro, o Itamaraty foi alvo de uma série de críticas, com direito a discussões em público entre o chanceler e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em razão da visita de Mike Pompeo, secretário de estado de Donald Trump, a Roraima. O gesto pegou mal entre parlamentares, que viram na viagem uma oportunidade para o governo Trump se cacifar entre o eleitorado latino da Flórida, um dos colégios eleitorais conquistados pelo presidente americano.
Agora, a Casa Civil quer ser avisada previamente “para fins de planejamento, coordenação, acompanhamento e divulgação institucional das atividades junto ao órgão ou autoridade proponente”.
No ofício encaminhado aos ministérios, o Planalto ainda esclareceu o tom que julga adequado para se referir à Operação Acolhida. “Nas oportunidades das visitas supracitadas, torna-se também importante o reforço da comunicação e da divulgação de que os brasileiros, em especial os residentes em Pacaraima/RR e Boa Vista/RR, desde do início da chegada dos primeiros venezuelanos, demonstram atitudes de solidariedade, amizade, generosidade, abnegação, sentimento de coletividade, respeito ao ser humano, amor ao próximo, entre outras características da nação brasileira”, diz o texto.
“Essas atitudes estão sendo replicadas pelo povo brasileiro em centenas de municípios que acolhem os venezuelanos por meio do processo de interiorização, proporcionando um recomeço de vida com dignidade a essas pessoas”, prossegue o documento.
A mensagem, cunhada por um assessor militar do ministro Walter Braga Netto, diverge do tom escolhido por Ernesto Araújo ao responder às críticas formuladas por Rodrigo Maia. “O povo brasileiro preza pela sua própria segurança, e a persistência na Venezuela de um regime aliado ao narcotráfico, terrorismo e crime organizado ameaça permanentemente essa segurança. O povo brasileiro tem apego profundo pela democracia e o regime Maduro trabalha permanentemente para solapar a democracia em toda a América do Sul”, escreveu, à época, o chanceler.
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Comentários (3)
LuiZ
2020-11-09 07:46:57O que poderíamos esperar de um ministro indicado por Olavo de Carvalho? Leia a entrevista de Thomas Shannon na BBC Brasil ou no Globo, está imperdível, especialmente agora que precisamos reconstruir nossas relações com os EUA em bases mais racionais.
Leonardo
2020-11-09 00:42:00Mudou o discurso? Pq será.
Jose
2020-11-08 18:29:17Kkkkkkkkkkkkk. O Bozo está traindo agora o dono dele? Normal. Ele traiu as forças armadas, ele traiu a mulher, ele traiu os eleitores, porque então não trairia o dono dele?