Delator de Witzel relata plano para interferir nas eleições de 2020
Apontado como um dos operadores de Pastor Everaldo, presidente afastado do PSC, o empresário Edson Torres relatou ao Ministério Público Federal um plano do grupo político comandado pelo governador afastado do Rio, Wilson Witzel (foto), para bancar a campanha de aliados nas eleições municipais deste ano. Em depoimento prestado no inicio do mês, Edson Torres...
Apontado como um dos operadores de Pastor Everaldo, presidente afastado do PSC, o empresário Edson Torres relatou ao Ministério Público Federal um plano do grupo político comandado pelo governador afastado do Rio, Wilson Witzel (foto), para bancar a campanha de aliados nas eleições municipais deste ano.
Em depoimento prestado no inicio do mês, Edson Torres afirmou aos investigadores que, mesmo após as primeiras operações e prisões envolvendo desvios de dinheiro do governo Witzel, ele chegou a se reunir com o empresário Mário Peixoto, que foi detido em maio pela Lava Jato do Rio, para "amenizar as possíveis disputas de espaço no governo" e "discutir a respeito das eleições municipais de 2020".
Segundo as investigações, o plano envolvia, principalmente, a ajuda financeira com recursos ilícitos para as campanhas nas cidades de Duque de Caxias e Mesquita. O ex-secretário de Saúde Edmar Santos, que fechou acordo de delação premiada, contou que o plano era repassar 50 milhões de reais ao município de Duque de Caxias, a pedido de Witzel, para ajudar o atual prefeito Washington Reis.
O dinheiro, segundo o delator, voltaria para o grupo de Witzel para a compra da Rádio Tupi, que teria um enorme potencial político para o grupo para as eleições. De acordo com o ex-secretario, Witzel e Tristão, braço-direito do governador afastado, explicaram que a compra se daria por meio de alguma das empresas do grupo de Mário Peixoto, que tem contratos milionários com o governo do estado e também contratou o escritório de advocacia da primeira-dama.
Foi Torres quem delatou ao MPF o suposto repasse de 980 mil reais a Witzel em 2018, quando ele ainda era juiz, como uma "garantia financeira" para que ele deixasse a magistratura e se candidatasse a governador. Ainda segundo Torres, mais 1,8 milhão de reais foi repassado ao grupo de Witzel por meio do Pastor Everaldo, presidente do partido que filiou o governador.
As acusações feitas por Edson Torres embasam a segunda denúncia contra Witzel, feita nesta semana pela Procuradoria-Geral da República, pela prática do crime de organização criminosa para desviar recursos dos cofres do estado. Alem dele, foram denunciados outras 11 pessoas, entre elas a primeira-dama, Helena Witzel, Pastor Everaldo e o ex-secretário Lucas Tristão.
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Comentários (4)
Jose
2020-09-17 10:30:51Como eu sempre falo..Bozismo = Lulismo! As práticas são as mesmas e o nível de corrupção também!
Odete6
2020-09-17 10:27:43Essas ""capacidade e vocação corruptivas"" depassam a demência e os autores deveriam ser ""depositados"" para sempre num hospital psiquiátrico, que é a única forma no país de isolar para sempre esses criminosos predadores e ignóbeis da sociedade!!!!
Dalton
2020-09-17 10:06:16Um fato não justifica o outro, mas a família Bolsonaro através do 01 está fazendo isso agora, o caminho está totalmente livre, esse jogo político é escabroso, não conhecemos este mundo sujo.
Lucas
2020-09-17 10:00:46É muita pilantragem! Agora multiplique isso por 1.000 e terá um retrato do Brasil. É muito triste se olharmos para a outra ponta, da miséria. Se houvesse pena de morte iriam todos para o paredão.