De onde vêm os fuzis do CV e PCC?
Pesquisa aponta os EUA como principal origem estrangeira de armas nas mãos do crime organizado no Sudeste
 
                        A megaoperação realizada contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão na terça, 28, resultou na apreensão de 91 fuzis.
Segundo o delegado Vinicius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos, entre os armamentos há modelos provenientes de exércitos da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil.
Mas o principal país de origem segue sendo os Estados Unidos.
De acordo com pesquisa do Instituto Sou da Paz, os Estados Unidos ocupam o segundo lugar entre as marcas de armas apreendidas com organizações criminosas no Sudeste.
Ficam atrás apenas do próprio Brasil.
Na sequência, aparecem Alemanha e Bélgica.
Mais apreensões
O levantamento mostra que o número de armas de estilo militar - como fuzis, submetralhadoras e metralhadoras - cresceu 11,4% entre 2019 e 2023, passando de 1.494 para 1.665 unidades apreendidas.
“Embora sua participação seja menor - menos de 5% das apreensões -, essas armas de alto poder de fogo exigem atenção especial devido à sua letalidade, como também sua capacidade de ameaçar e vitimar as forças de segurança, permitindo dominar populações em áreas sob controle criminoso”, afirma Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.
Carolina diz ser legítimo a cobrança do governo Trump por medidas mais firmes do Brasil contra o crime organizado.
No entanto, segundo ela, Washington precisa reconhecer que é parte do problema.
"Se o governo norte-americano considera que a expansão do crime organizado o afeta e, por isso, pressiona o Brasil a adotar medidas para conter esse avanço — como já fez em relação ao México e ao Canadá —, precisa também reconhecer que a falta de um controle eficiente de armas nos EUA contribui diretamente para o armamento do crime organizado no Brasil”.
Rio de Janeiro
O estudo aponta que a Polícia do Rio de Janeiro é a que mais apreende armas de estilo militar.
Em 2023, foram 847 unidades apreendidas, contra 637 em 2019.
Os fuzis seguem sendo as armas mais recolhidas: 93% das apreensões dessa categoria e 10% de todas as armas recuperadas no estado.
Entre os fuzis apreendidos, 45% não têm identificação de fabricante, o que indica possível produção artesanal ou adulteração.
Além disso, parte dos armamentos chega às mãos dos traficantes desmontada, o que facilita o transporte tanto do exterior quanto dentro do Brasil.
 
                            
                         
                     
                                                                     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
   
   
   
  
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