Crusoé nº 386: Pintou um clima
Trump surpreende Lula na ONU e impele governo a tomar decisões. E mais: retração no STF e a derrota da desfaçatez

Algumas breves falas de improviso do presidente americano Donald Trump na 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, na terça, 23, chacoalharam a política externa brasileira e o discurso de reeleição do presidente Lula.
Nas últimas semanas, o petista vinha ganhando pontos em sua aprovação, apostando na confrontação com o governo dos Estados Unidos, com os bolsonaristas e no slogan “Brasil Soberano”, criado pelo marqueteiro oficial Sidônio Palmeira, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência.
O aceno de Trump mudou tudo e, agora, Lula precisa dar uma resposta ao presidente americano e aos brasileiros.
Se entrar em uma negociação séria e for bem-sucedido, pode sair-se como um mestre nas negociações, ao poupar o Brasil de novas ações punitivas. De quebra, ainda poderia enfraquecer seu adversário Jair Bolsonaro, amigo de Trump.
Se der as costas para Trump, Lula será cobrado pelos brasileiros, que querem uma solução para o imbróglio.
Se negociar e fracassar, Lula poderá estender seu discurso antiamericano e em defesa da soberania, mas sob o risco de ter de absorver novas ações americanas contra o Brasil, dizem Duda Teixeira e João Pedro Farah em "Pintou um clima", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Em "Retração no STF?", Rodolfo Borges e Wilson Lima mostram que Edson Fachin, o ministro mais discreto do STF, assume a presidência do Supremo no momento de maior protagonismo político do tribunal.
Na matéria "A derrota da desfaçatez", Wilson Lima conta como o plano bolsonarista para reduzir a pena do ex-presidente deu errado, e Centrão foi obrigado a recuar na estratégia de blindagem coletiva.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Leonardo Barreto (Para Trump, o forte não precisa se desculpar com o fraco), Márcio Coimbra (Bússola estratégica), Wilson Pedroso (O primeiro-ministro Michel Temer), Roberto Ellery (Tango de uma nota só), Dennys Xavier (Montesquieu e a harmonia entre os Poderes), Gustavo Nogy (Formação e deformação de um caráter) e Rodolfo Borges (Por que torcemos pelo Mirassol?).
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