Crusoé nº 385: Levante na Câmara
Acordão bolsonarista por anistia do 8/1 impulsiona PEC da Blindagem para proteger criminosos. E mais: A economia vai bem?

“Está achando ruim este Congresso? Então espera o próximo: será pior. E pior, e pior”. A frase, atribuída a Ulysses Guimarães (1916-1992), ganha contornos proféticos a cada pauta impopular aprovada pela Câmara ou pelo Senado.
Na terça, 16, os deputados tiveram a desfaçatez de aprovar o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem.
O objetivo é minar qualquer investigação sobre algum dos seus integrantes.
De acordo com o texto, deputados e senadores precisam autorizar ou não, em votação secreta, a abertura de ações criminais que mirem parlamentares.
Mas não fica por aí.
No dia seguinte, na quarta, 17, os parlamentares aprovaram a urgência da anistia aos condenados por atos golpistas.
O projeto pode ou não incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro, a depender de sua redação final.
Os dois movimentos — a aprovação da PEC da Blindagem e da urgência da anistia — foram resultados das mesmas negociações.
Alheios aos brasileiros que os elegeram, deputados fizeram todos os tipos de costuras, privilegiando a si próprios e a seus partidos, diz Wilson Lima em "Levante na Câmara", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Em "A economia vai bem?", João Pedro Farah e José Inácio Pilar mostram que o Brasil atravessa um raro momento de convergência favorável: o real se valoriza, a inflação mostra sinal de queda e os mercados reagem com otimismo.
Contudo, o desarranjo nas contas públicas e ameaças americanas pedem cautela com as previsões no longo prazo.
Colunistas
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas.
Nesta edição, escrevem Alexandre Borges (Censura extrema), Roberto Reis (Vice que vence), Leonardo Barreto (Governar é distribuir), Bruno Soller (O periclitante centro de Macron), Dennys Xavier (A visão profética de Orwell e o Brasil de hoje), Gustavo Nogy (Perguntar não ofende) e Rodolfo Borges (Geopolítica da camisa de time).
Assine Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)