Crusoé nº 376: O equilibrista
Tarcísio de Freitas fica entre salvar o clã Bolsonaro e pensar no bem do país. E mais: o poder desmoderado do STF e os riscos da isenção do IR

Tarcísio Gomes de Freitas, 49 anos, é um homem de fé, segundo pessoas próximas. Talvez, por essa razão, o governador de São Paulo tentou operar um verdadeiro milagre ao longo desta semana: trazer alguma racionalidade para o clã Bolsonaro em meio à ameaça de tarifaço pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e, ao mesmo tempo, sair do episódio como salvador da pátria.
Deu ruim. "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro", dizia o apóstolo Mateus na Bíblia.
Esse talvez tenha sido a mais dura lição aprendida por Tarcísio de Freitas em pouco mais de dois anos e meio como governador: os interesses do clã Bolsonaro estão acima de tudo e de todos, e apoiá-los em toda e qualquer ocasião pode render brigas com muita gente, diz Wilson Lima em "O equilibrista", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Em "Poder desmoderado", Rodolfo Borges conta que o Supremo Tribunal Federal se propõe a resolver o problema dos Poderes da mesma forma que contribuiu para o caos institucional: atuando politicamente.
Se, durante o governo Jair Bolsonaro, o STF atou como anteparo contra presidente da República, como se fosse oposição, durante o atual governo Lula o tribunal parece substituir a base que o petista não tem no Congresso.
Na reportagem "Os riscos da isenção", Guilherme Resck mostra como a compensação para a renúncia fiscal no projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até 5 mil reais pode gerar fuga de capital e frustração de arrecadação.
Embora tenha sido aprovado pela comissão especial da Câmara dos Deputados criada especificamente para analisá-lo, o texto está longe de ser unanimidade na Casa.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Leonardo Barreto (O governo no ataque), Jerônimo Teixeira (As irrelevâncias de Eduardo Bolsonaro), Dennys Xavier (Vale a pena ser bandido no Brasil?), Josias Teófilo (Trump, Beatles e pornochanchada), Gustavo Nogy (A bola negou Pelé três vezes) e Rodolfo Borges (Os donos da bola).
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