Crusoé nº 365: A Lava Jato não morreu
Três prisões e quatro novas condenações confirmam a força das provas, apesar do STF

“O lavajatismo há de passar.”
A frase é de Augusto Aras. Foi dita em 28 de julho de 2020 pelo então procurador-geral da República, nomeado em 25 de setembro de 2019 por Jair Bolsonaro.
O então presidente estava incomodado com o avanço das investigações sobre seu filho Flávio, atingido por um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, a Operação Furna da Onça, como indicou um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgado em 6 de dezembro de 2018.
Os meses seguintes mostraram a disposição do PGR de Bolsonaro para acelerar o fim da força-tarefa que havia revelado a corrupção institucionalizada na Petrobras durante os governos do PT de Lula e Dilma Rousseff. A Lava Jato foi encerrada em São Paulo em setembro de 2020, no Paraná em fevereiro de 2021 e no próprio Rio, claro, em março do mesmo ano, como anunciou o Ministério Público Federal, comandado por Aras.
“Eu acabei com a Lava Jato”, vangloriou-se Jair Bolsonaro em 7 de outubro de 2020, celebrando a extinção da frente paulista e a projeção dos outros encerramentos. Lulismo e bolsonarismo, não sem a colaboração decisiva do aliado Gilmar Mendes, ficariam livres dos processos decorrentes da operação, assim como velhos tucanos, caciques do Centrão e empresários amigos do ministro do Supremo Tribunal Federal.
Quase cinco anos depois, contudo, o legado de provas materiais e testemunhais coletado pela força-tarefa voltou a produzir efeitos e embaraços no mundo real, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Felipe Moura Brasil.
A força da União
A matéria "A força da união", assinada por Guilherme Resck, trata da nova federação partidária que está a caminho no país: a União Progressista.
Anunciada oficialmente nesta semana, ela promove a aliança entre dois grandes partidos do Centrão (União Brasil e PP) e surge do desejo das duas siglas de se tornarem ainda mais fortes para negociar cargos com o governo da ocasião e disputar eleições.
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