Crusoé 364: Papa do povo
Como Francisco renovou a Igreja do século 21 sem romper com a tradição

Três papas, três estilos, uma mesma missão. Nenhum deles era italiano. Nenhum se limitou à Cúria. E todos, à sua maneira, reconfiguraram a ação pastoral da Igreja diante de mais de 1,3 bilhão de católicos espalhados pelo mundo.
Francisco foi quem mais deslocou o eixo de uma das instituições mais antigas do mundo, pilar da cultura ocidental há dois milênios.
Um jesuíta vindo do sul, que recusou as formalidades da corte e assumiu um estilo direto, acessível — e desconcertante para muitos.
Trocou os apartamentos papais pela Casa Santa Marta. Manteve a cruz de ferro. Falava com repórteres no avião, abençoava imigrantes em Lampedusa e ia pessoalmente às periferias.
Não mudou a doutrina (nem poderia), mudou a ênfase. Não mexeu no Catecismo, ajustou o tom.
Propôs uma Igreja que escuta e acolhe. Que conforta mais do que julga. Que prioriza a misericórdia, sem abandonar a verdade.
Defendeu um modelo pastoral baseado no discernimento e na proximidade. “Formar consciências, não substituí-las”, dizia.
Uma lógica que se aplicou, por exemplo, no controverso capítulo 8 da Amoris Laetitia, sobre católicos divorciados que se casaram novamente no civil.
“Não há nova doutrina. Há nova atitude.”
O mesmo princípio guiou a Fiducia Supplicans, que autorizou bênçãos não litúrgicas a casais em situação considerada irregular pela Igreja.
“Não se trata de validar relações irregulares, mas de abençoar pessoas que pedem ajuda de Deus”, explicou. Renovação, mas sem ruptura, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Alexandre Borges.
Voto por Distrito
A matéria "Voto por distrito", assinada por Guilherme Resck, mostra como a discussão sobre a implementação no Brasil do voto distrital misto, em substituição ao atual sistema proporcional por meio do qual são eleitos os vereadores e os deputados, ganhou força nos últimos meses na Câmara dos Deputados.
O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), apoia a alteração e anunciou que pretende criar uma comissão especial para analisar um projeto de lei de 2017, de autoria do ex-senador José Serra (PSDB), que prevê a instituição desse sistema.
Participando de evento da Associação Comercial de São Paulo no último dia 7 de abril, Motta disse ver o voto distrital misto como uma "evolução" do sistema eleitoral brasileiro, argumentando que fortalece a representatividade do eleitor no Parlamento.
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