Cristãos também estão entre os deslocados em Gaza
A guerra sobre a Faixa de Gaza, travada entre Israel e o Hamas, afeta também um grupo de 1.070 cristãos que moram na região e que são igualmente afetados pelo conflito armado. A informação é da ONG Portas Abertas, que auxilia cristãos vítimas de perseguição em todo o mundo. O principal grupo, de 600 cristãos,...
A guerra sobre a Faixa de Gaza, travada entre Israel e o Hamas, afeta também um grupo de 1.070 cristãos que moram na região e que são igualmente afetados pelo conflito armado. A informação é da ONG Portas Abertas, que auxilia cristãos vítimas de perseguição em todo o mundo.
O principal grupo, de 600 cristãos, está refugiado em um único ponto: a igreja de São Porfírio (foto), ligada à Igreja Ortodoxa e situada no coração de Gaza. O templo, fundado entre 1150 e 1160, é considerado a terceira igreja mais antiga do mundo — e guarda o túmulo com os restos mortais do seu santo.
Isso não impediu que a igreja fosse atingida durante o bombardeio em Gaza em 19 de outubro, matando entre 16 e 18 pessoas. Os outros refugiados têm abrigo em igrejas Ortodoxas gregas e em templos menores espalhados por Gaza.
Segundo o braço brasileiro da Portas Abertas, os refugiados passam pelas mesmas privações da população muçulmana. "Os cristãos, por serem uma pequena minoria, são os com acesso mais restrito de socorro", explica Marco Cruz, o secretário-geral da Portas Abertas no Brasil. "O contato da ONU ou qualquer organização que consiga ter acesso a Gaza é com a comunidade muçulmana, e a minoria está no fim da fila e estão mais vulneráveis que outros grupos que, também, estão sofrendo muito na guerra."
Marco reitera que a organização não tem posicionamento sobre o conflito e que seu papel é única e exclusivamente a defesa da prática da religião. Ao comentar como isso se dava na região antes do início dos conflitos, Marco pondera que as ameaças à fé cristã vinham igualmente de muçulmanos e judeus.
Ataques de muçulmanos contra cristãos convertidos, ele explica, são os mais comuns neste primeiro caso. Após a conversão, as famílias muçulmanas não aceitam a mudança e impõem castigos físicos e privação de alimentação, com o objetivo de reverter a decisão.
"E em Israel é por judeus fundamentalistas que se incomodam com a fé cristã, principalmente durante épocas de festividades cristãs", explica Marco, indicando que ataques a residências por ultra ortodoxos são os mais comuns ataques registrados. Há ainda cerca de 40 mil cristãos na Palestina, área que atualmente não é afetada pelo conflito.
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